Organizações se encontram na Guatemala para discutir as mudanças no clima

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O tema central foi como o fazer tradicional das comunidades camponesas e rurais tem resistido às mudanças do clima e a articulação de ações para fazer os Governos reconhecerem e investirem no modelo.

Por Débora Britto (Centro Sabiá)

Entre 18 e 22 de agosto, o Centro Sabiá participou da Oficina regional Latino-Americana para debater as mudanças climáticas e a resistência de comunidades e povos rurais, na Guatemala, país da América Central. O encontro foi organizado pelas organizações internacionais Pan Para Todos, Fastenopfer e HEKS em diálogo com a Terre des hommes (Tdh), cooperação da qual o Centro Sabiá é parceira. Cinco países e cerca de 35 pessoas participaram da oficina, entre elas o coordenador geral do Centro Sabiá, Alexandre Pires. Do Brasil, também estiveram presentes representantes do CESE, CAA, Cooperativa Grande Sertão, UFVJM e do Povo Xakriabá.

Para Alexandre Pires, a oficina foi importante principalmente no campo da articulação política e reconhecimento dos contextos de cada país participante. O foco da oficina foi como o fazer tradicional das comunidades camponesas e rurais tem resistido às mudanças do clima e, a partir disso, a articulação de ações para fazer os Governos reconhecerem e investirem no modelo.

Além do Brasil e Guatemala, México, Colômbia e Honduras estavam representados e puderam trocar experiências e estabelecer caminhos para uma cooperação internacional que fortaleça as estratégias de combate ao modelo de produção hegemônico que está posto. Nesta seara, o Centro Sabiá colocou as experiências com os Sistemas Agroflorestais, as Feiras Agroecológicas e o diálogo com as Juventudes como exemplos a serem levados para outros países.

Nos relatos de todos os países, os caminhos de resistência apontados convergiram para a necessidade de consolidar o uso de sementes livres/crioulas e reafirmar os direitos territoriais. “O que permeou o conjunto de experiências foi a questão das sementes, da manutenção das sementes crioulas. A experiência da Guatemala foi muito interessante. Lá eles não tem milho transgênico e existe um processo de mobilização dos agricultores para se resguardarem da entrada de sementes transgênicas. Isso porque o Congresso guatemalteco passou uma lei que dá margem para a Monsanto entrar no País”, contou Alexandre. Estas redes fortes de camponeses que já existiam no país defendem a Agroecologia como modelo de produção e preservação dos recursos naturais e têm organizado mais agricultores em torno no tema.

Como resultado da articulação das instituições presentes, foi definido que 2015 será um ano dedicado à sistematização das iniciativas de sustentabilidade da agricultura camponesa e da preservação e multiplicação do uso de sementes crioulas. O Centro Sabiá também voltará a discussão para um diálogo com a Cooperação Terre Des Hommes para criar meios de expandir o debate dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) e Agroecologia, da Juventude Camponesa e das Feiras Agroecológicas. No campo da incidência política, cada organização e rede representada assumiu a tarefa de trocar informações sobre os marcos legais dos respectivos países a respeito das mudanças climáticas, além de estreitar os diálogos com Universidades e Instituições de pesquisa.


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Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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