Formação feminista no Sertão do Pajeú empodera mulheres no Campo


Mulheres de seis municípios do Sertão Pajeú participam das formações / Foto: Acervo Centro Sabiá

A Escola Feminista foi idealizada pela Casa da Mulher do Nordeste, organização feminista não governamental com sede em Recife e um escritório no Sertão do Pajeú na cidade de Afogados da Ingazeira. Desde 2016 o Centro Sabiá vem multiplicando essa metodologia, em parceria com a Casa da Mulher, com as agricultoras assessoradas e as técnicas da organização. Leia a entrevista com Sandra Pereira, assessora técnica do Sabiá no Sertão e saiba mais sobre esse trabalho. 

Por Raimundo Bertino (assessor técnico do Centro Sabiá)

O que é a Escola Feminista? 

Sandra – É um espaço de formação das mulheres (rurais/urbanas), no nosso caso aqui no Sertão do Pajeú a formação é voltada para as agricultoras que são assessoradas pelo Centro Sabiá através da Chamada Pública de ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) para Mulheres. Vale lembrar que as técnicas do Centro Sabiá estão participando também da formação. A formação tem como objetivo proporcionar que as mulheres agricultoras possam se colocar diante das diversas situações impostas pela sociedade patriarcal e machista. E para as técnicas, a Escola Feminista objetiva a capacitação da equipe para que durante a assessoria saibam como abordar as mulheres que tem seus direitos negados e violados nas mais variadas formas.

Quando começou a Escola Feminista com o público do Sabiá no Sertão? 

Sandra – O Iº Módulo da Escola Feminista teve início no mês de Novembro/2016 e segue até o mês de abril/2017 e está sendo realizada na cidade de Triunfo. Serão 07 (sete) módulos no total. O primeiro módulo o foco foi Acolhimento e Identidades, no segundo módulo foi sobre a História do Brasil. O terceiro módulo, que foi realizado nos dias 10 e 11 de janeiro/2017 abordou a questão da Economia, com foco na Economia Feminista e os próximos módulos estão focados na Sociologia Política, Agroecologia, Feminismo, a fala Pública das Mulheres e o Seminário final. Vale salientar que a temática trabalhada com as mulheres não se reporta a história do Brasil como contada nos livros, mas na ótica histórica das mulheres no contexto brasileiro.

Quem está participando? 

Sandra – A Escola feminista conta com a participação das mulheres dos municípios de Carnaíba, Flores, Calumbí, Triunfo, Santa Cruz da Baixa Verde e Serra Talhada, somando 44 mulheres entre as agricultoras e técnicas.

Qual a importância da Escola feminista?

Sandra – No meu ponto de vista a escola feminista está sendo de grande importância para as mulheres agricultoras, pois elas estão se reconhecendo enquanto sujeitos políticos e dando um “novo” significado para suas vidas. As mulheres estão começando a se ver com outro olhar e estão redescobrindo o seu valor, que é negado por esta sociedade machista e preconceituosa. Cada módulo realizado é maravilhoso, podemos ver na fala de cada uma.

 

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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