Caminhada para o bem-viver: agricultoras têm acesso à DAP’s pela primeira vez
A ação do projeto Caminhos para o bem-viver: ATER para a Convivência com o Semiárido no Agreste pernambucano, está sendo executado pelo Centro Sabiá, por meio de edital público da ANATER no âmbito do Projeto Dom Helder Câmara. O projeto teve início no segundo semestre de 2018 e vai garantir a assessoria há 630 famílias de 15 municípios. Para participar do projeto os membros das famílias agricultoras precisam ter DAP’s (Declaração de Aptidão ao PRONAF) e serem inscritas no Cadastro Único, do Ministério de Desenvolvimento Social.
As atividades realizadas até o momento permitiram selecionar parte do grupo total de famílias e os dados revelam que de 50% a 65% destas famílias não possuem a DAP. Essa situação revela que por não terem acesso a este documento, essas famílias agricultoras deixaram de acessar várias políticas públicas importantes para dinamizar suas atividades produtivas e econômicas, a exemplo do salário maternidade, PNAE, PAA, Pronaf, entre outras.
Para realizar atividades de assessoria técnica precisamos estar de mãos dadas e estabelecer parcerias, e é o que tem acontecido nos municípios de Vertente do Lério e Bezerros, no diálogo entre o Centro Sabiá o Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais (STR), FETAPEe o IPA para a emissão das DAP’s dos agricultores e agricultoras que ainda não tiveram acesso ao documento.
O projeto prevê o envolvimento de no mínimo 50% de mulheres agricultoras e 25% de jovens. Uma particularidade importante no projeto é o envolvimento de duas comunidades quilombolas, uma é a comunidade de Sambaquim, localizada no município de Cupira, e a outra é Guaribas, que fica no município Bezerros. A construção de parceira que o Centro Sabiá tem feito localmente garantiu que na comunidade quilombola de Guaribas, cerca de 16 mulheres tivessem a DAP, sendo que 12 delas tem o documento pela primeira vez. A assessoria do projeto busca valorizar a cultura e os conhecimentos tradicionais dessas comunidades, e com isso fortalecer e reelaborar práticas de manejo sustentável da biodiversidade gerando mais conhecimentos e inclusão socioprodutiva para essas famílias.
No dia 04 de dezembro de 2018, agricultoras familiares de Vertente do Lério e Bezerros, seguraram em suas mãos pela primeira vez sua DAP, o que lhes assegura maior possibilidade de acesso às políticas para agricultura familiar.
Por Juliana Peixoto, Zootecnista e membro da equipe técnica do Centro Sabiá.
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