Dia Internacional da Agricultura Familiar, por Antônio do Velho

Foto: Arquivo Pessoal

Dia Internacional da Agricultura Familiar, por Antônio do Velho

O dia 25 de julho é o Dia Internacional da Agricultura Familiar, que é o cultivo da terra feito pelos agricultores e agricultoras familiares, alimento cultivado muitas vezes por famílias em suas próprias propriedades na zona rural, em suas próprias casas. Segundo a Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a agricultura familiar está em quase 85% do meio rural de nosso país, especialmente no Nordeste, com 1/3 da produção total. Mesmo assim, a agricultura familiar é constantemente ameaçada pelo avanço do mercado do veneno, o agronegócio, e também pela ação do governo federal atual, que mostra pouco interesse no desenvolvimento agroecológico. Sobre a data, conversamos com o agricultor Antônio Queiroz, o Antônio do Velho,que traz, em suas palavras, o que a data representa para ele:

“Um agricultor familiar luta no campo, sem a base de veneno e sem queimada e sem agrotóxico”

Sou Antônio Queiroz, conhecido como Antônio do Velho. Moro aqui no Sítio Enjeitado, no Pajeú. Nasci e me criei aqui, no Pajeú. Tive uns tempos fora, em São Paulo, e já está com 22 anos que eu estou aqui. E, desde já, sou agricultor familiar. Junto com o Centro Sabiá, que nos proporcionou, nos ensinou muito bem a trabalhar sem uso de veneno e queimada. Isso para mim foi uma maravilha. E, por isso, até hoje estou aqui na agricultura familiar, que tudo quanto eu produzo tiro aqui da minha propriedade, do Sítio Enjeitado. Todos os alimentos, a maior parte da alimentação, milho, feijão, arroz, batata, milho, mandioca eu tiro daqui a minha propriedade. 

Eu acho que o Dia Internacional da Agricultura Familiar é um dia para ser muito lembrado pelos pequenos e médios agricultores, principalmente agricultor familiar que é muito… é uma pessoa…. é mal vista nesse começo, agora está muito bem, graças a Deus. Mas é muito bom essa data para lembrar que a gente é agricultor familiar… temos um dia para nos representar. E a agricultura familiar é uma coisa boa que a gente…. a gente trabalha sem veneno, sem queimada, sem nada, e tira nosso sustento da terra, desde a gente criança. E isso é muito bom, não tem coisa melhor do que só depende do mercado. A gente está comendo uma comida muito saudável, sem veneno e sem queimada e sem agrotóxico. 

O dia 25 de julho nos representa… dá mais força e mais ânimo e coragem para trabalhar nosso sustento e competir até mais do que o agronegócio… porque o agronegócio só trabalha com veneno, com veneno e explorando o povo, a maior parte do povo. E a gente está comendo uma comida muito saudável para nós e para nossas famílias e para os nossos vizinhos. 

Vejo a agricultura familiar como um pilar forte dos agricultores, que é quem sustenta essas feiras agroecológicas, em Triunfo, Flores e em muitas cidades do Brasil… a maior parte dos alimentos vêm da agricultura familiar. Mesmo assim, esse governo não olha tanto para isso, mas é importante pequeno agricultor ser visto como um agricultor familiar que luta no campo, sem a base de veneno e sem queimada e sem agrotóxico. 

 

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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