Programa Semear realiza Rotas de Aprendizagem
por Morgana Narjara (Centro Sabiá)
Em conversa com Centro Sabiá, Ângela Brasileiro, que faz parte do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), responsáveis pelo Programa Semear, fala sobre as Rotas Estratégicas de Aprendizagem, que terá a sua terceira edição neste mês de agosto. Uma das experiências a ser visitada e sistematizada durante esta edição é da comunidade quilombola de Água Claras, em Triunfo, Sertão do Pajeú, assessorada pelo Centro Sabiá.
Centro Sabiá – Quais são as atividades desenvolvidas pelo Programa Semear?
Ângela Brasileiro – O Programa Semear é um programa de Gestão do Conhecimento pra região do Semiárido. Ele trabalha com as atividades de sistematização das experiências de boas práticas rurais e todas as atividades relacionadas com a disseminação de boas experiências. Isso é feito através de visitas de intercâmbio e oficinas. O que chamou mais a atenção dentro do Programa Semear foram as Rotas de Aprendizagem. Duas já aconteceram e a terceira está sendo programada pra acontecer na quarta semana de agosto.
CS – Como essas Rotas de Aprendizagem contribuem para o desenvolvimento rural?
AB – As Rotas têm temas diversos. A primeira foi organizada em torno do tema Sistemas Integrados de Convivência com o Semiárido. Durante essa, foram visitados alguns casos de aprendizagem nas regiões do Cariri paraibano e do Apodi. Trabalhamos a segunda rota sobre Sistemas Agroecológicos e Acesso a Mercados. Essa viagem permitiu visitar quatro experiências do Sertão da Bahia. Em ambas as rotas, nós tivemos a elaboração, durante e pós-rota, dos planos de gestão de conhecimento, que são planos compartilhados entre as organizações participantes desses dois eventos. Como os temas discutidos sempre estão relacionados com a convivência com o Semiárido, então a partir dessas iniciativas, os participantes dialogam sobre as possibilidades de realizarem essas iniciativas em suas organizações. Essas informações também são circuladas, sempre contando com a participação dos agentes locais de desenvolvimento, que são os produtores e suas organizações. Contamos também com as organizações parceiras como o Sabiá, a Caatinga, o Projeto Dom Helder Câmara.
CS – Qual é o papel da sistematização das experiências e qual o destino do material coletado?
AB – A sistematização das experiências é o ponto de partida de uma Rota de Aprendizagem, porque é a partir dessa identificação, dessa boa prática e dessa trajetória que é relatada durante a sistematização. A experiência é uma referência para que os participantes da rota possam dialogar em relação a essas boas práticas. Mas ela também é editada posteriormente. Estamos pensando em fazer uma coletânea dessas experiências que são sistematizadas, como também publicá-las no portal do Semear que está em processo de construção, para socializar essas informações.
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