Fundos Rotativos Solidários: uma iniciativa positiva
por Laudenice Oliveira (Centro Sabiá)
Cerca de 25 Agricultores e agricultoras das regiões do Sertão e Agreste de Pernambuco estiveram reunidos em Triunfo, Sertão do estado, entre 24 e 25 de agosto, para avaliar o trabalho realizado com os Fundos Rotativos e Solidários (FRS´s). A atividade fez parte do processo avaliativo do projeto Agrofloresta e Criação Animal: experimentar e disseminar sistemas de produção sustentável a partir dos Fundos Rotativos Solidários, executado pelo Centro Sabiá, com o apoio da cooperação Heifer. O objetivo foi analisar os resultados alcançados com a execução do projeto nas duas regiões onde as atividades foram desenvolvidas.
Na avaliação de agricultores e agricultoras, a iniciativa dos FRS’s contribuiu para a autonomia de mulheres e jovens, com a possibilidade de geração de renda. Outro fator importante é a segurança alimentar e nutricional , já que a criação animal traz mais produtos para a mesa da família como carne, leite, ovos, entre outros. “O ponto de partida foi os animais que levou a tudo isso que conquistamos”, afirma o jovem Henrique Luiz da Silva, do sítio Pedra Branca, Cumaru, Agreste de Pernambuco. Para o agricultor José Antônio Souza, do sítio Pará, Triunfo, Sertão do Pajeú, o projeto contribuiu para estimular as atividades produtivas. “Incentivou muito o agricultor a criar mais, a ficar mais na sua terra, a investir na sua roça”, declara Antônio.
Na comunidade – outro aspecto destacado na avaliação foi o incentivo a participação de agricultor e agricultora nas associações, assim como contribuiu para dar visibilidade ao trabalho desenvolvido por essas organizações locais. “O Fundo Rotativo Solidário contribuiu muito para dar visibilidade e credibilidade ao trabalho daqueles que estavam na associação. Aproximou mais as pessoas que estavam lá no sítio, porque saíram daquele mudinho só da criação. Vieram participar mais das reuniões e das atividades”, explica a agricultora Joelma Pereira, sítio Pedra Branca, Cumaru. A agricultura Vanusa Barbosa, sítio Feijão II, Bom Jardim, região Agreste do estado, destaca a responsabilidade com a solidariedade assumida pelas famílias que acessam o Fundo Rotativo: “até hoje, as famílias que acessaram vêm para fazer a devolução. Elas procuram a comissão para dizer que já tem o animal para devolver para que outra família possa ser beneficiada”, reafirma ela.
Para o técnico do Centro Sabiá , Victor Barbosa, outro fato a ser destacado é a preocupação das famílias em organizar a sua produção de alimentos para os animais. Os agricultores e as agricultoras assessoradas recebem a orientação para utilizarem os Sistemas Agroflorestais (SAFs) que diversifica a produção de alimentos tanto para casa como para os animais. “Em 2012, só cinco famílias assessoradas conseguiram guardar 15 toneladas de forragem para as suas criações. Essa iniciativa garantiu alimentos para os animais nesse período de seca por mais tempo”, explica Victor.
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