Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária buscou levar o debate para dentro das universidad
Por Victória Ayres e Sara Brito, com colaboração de Priscila Xavier (Centro Sabiá)
Estudantes, professores/as e funcionários/as da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) tiveram a oportunidade de discutir e aprofundar um tema que é polêmico em nosso país: A Reforma Agrária. A temática é o foco da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária que aconteceu entre os dias 22 e 25 de abril no campus das duas universidades. Feira Agroecológica, exposição fotográfica e mesas de debates sobre os diversos aspectos que envolvem a questão agrária no Brasil fizeram parte da Jornada, que foi aberta ao público.
A Jornada é um evento pensado por uma rede de professores/as durante o último Congresso Nacional do MST, que aconteceu em fevereiro deste ano, em Brasília. Com o intuito de trazer a discussão sobre a reforma agrária para dentro do ambiente universitário, a Jornada está acontecendo no mês de abril em 26 universidades públicas e privadas pelo país, além de ter lugar também na Universidade de Coimbra, em Portugal.
Para Gilvânia Oliveira, professora da UFRPE, a importância dessa discussão na universidade é patente. “Falando especificamente da UFRPE, muitas das pesquisas e da parte teórica do que tem sido feito em relação às ciências agrárias é muito na perspectiva do desenvolvimento do campo apenas como um espaço de produção. Queremos ampliar essa discussão; ver que também é de produção, mas precisamos considerar sujeitos de várias gerações que estão nesses espaços, considerar que é um espaço de cultura, de saberes, de vivências e, sobretudo, é um espaço que não é homogêneo. O campo é um espaço de luta e de conflito”, explica ela.
Em Pernambuco, a Jornada conta com o apoio de vários movimentos sociais, tais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Pernambuco (FETAPE), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Pastoral de Juventude Rural (PJR) e o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR).
UFRPE – Na Rural aconteceu na quarta-feira, 23, o evento “Celebrando a Vida”, que incluiu a feira agroecológica na Praça Farias Neves, em Dois Irmãos, e uma exposição fotográfica que conta a história dos movimentos sociais em Pernambuco. A feira aconteceu pela manhã e serviu de gancho para discutir também a questão da segurança e soberania alimentar, dentro da proposta agroecológica. “A gente compreende que a reforma agrária não é só distribuição de terra, mas tem que vir, conjuntamente, com várias outras políticas públicas para que se possa, de fato, mudar a vida desses/as agricultores/as que estão na luta pela reforma agrária”, enfatiza a professora Gilvânia Oliveira, explicando os múltiplos focos da Jornada. Durante os dias de debates foram discutidos temas como a Reforma Agrária em Pernambuco, a Educação na Reforma Agrária e a Juventure rural na Reforma Agrária. A iniciativa para participação na Jornada Universitária foi do Núcleo de Agroecologia e Campesinato (NAC), do curso de Licenciatura em Ciências Agrárias (LA), do Departamento de Educação e da Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (ADUFERPE).
UFPE – Já na Federal, a iniciativa de participar da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária partiu do curso de Serviço Social, e está aconteceu no Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA). Aconteceram debates com temáticas variadas e com a presença de representantes da academia e dos movimentos sociais. Foram discutidos temas como Reforma Agrária Popular e o Recorte de Gênero, a Agroecologia e a Agroindustrialização e o Plebiscito Popular por uma constituinte exclusiva e soberana. Residentes da UPE e estudantes de serviço social da UFPE também discutiram o projeto de extensão: Saúde no Campo e a extensão universitária: vivência no assentamento Jaboatãozinho e o VERSUS. “É um debate que eu considero fundamental a questão da reforma agrária, principalmente aqui no CCSA que tem o curso de Serviço Social. E teve uma boa participação dos estudantes, os professores liberaram as turmas das aulas para todos participarem dos debates. Ficamos muito animados para realizar o evento mais vezes, até esse ano ainda”, diz Bruna Martins, estudante do curso de Serviço Social.
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