A agroecologia e sua importância para a juventude
Por Alex Carvalho (Centro Sabiá)
A agroecologia, além de outras coisas, também é determinante para o desenvolvimento da juventude. Hoje O Canto do Sabiá conta um pouco da história de Dylene Nicolau, 22 anos e Erivan Santos, 25 anos, dois jovens que desde muito cedo tiveram contato direto com a agrofloresta e contam um pouco de que forma isso afetou as suas vidas.
Para Dylene, o envolvimento com a agrofloresta começou cedo. Ela conta que passou a se interessar pelo assunto através do irmão. “O primeiro contato que eu tive com a agrofloresta na verdade eu tinha nove anos. Porém minha família já recebia assistência técnica do Sabiá, e eu era bem pequena, tinha mais ou menos uns seis anos quando o professor Marcos Figueiredo começou a desenvolver algumas atividades com meu irmão Eduardo, que já fazia parte da associação e da feira agroecológica. Esse envolvimento despertou o interesse em mim de estar junto desse processo, trazendo essas novidades para o sítio da minha família”, conta ela.
Dylene, jovem que conheceu a Agroecologia e o trabalho do Centro Sabiá ainda criança e hoje é técnica da instituição.
Já Erivan conta que seu primeiro contato com a agrofloresta foi no ano de 2003, através de um agricultor vizinho a quem todos chamavam Paciência. “Foi através desses intercâmbios que o Centro Sabiá promoveu me incentivou bastante. Eu vi que existiam outros jovens fazendo trabalho e que se eu também fizesse poderia dar certo e é um trabalho muito importante, porque envolve questões ambientais e sociais, que me fizeram acreditar num lugar melhor, apoiado na agricultura familiar”. A partir disso, Erivan conta que ele e sua família começaram a desenvolver o sistema agroflorestal.
Sobre o processo de transição de uma agricultura tradicional para a agroecologia, Dylene afirma que foi difícil. No começo seus pais, que cultivavam a monocultura de cana-de-açúcar, sempre atrelados a usinas, achavam que a agrofloresta era uma coisa sem futuro, pois não enxergavam rentabilidade no modelo. Mas aos poucos foram percebendo os benefícios que a agrofloresta trazia não só para a produção, como também para o solo e para a própria família.
Dylene destaca que há dez anos a propriedade de sua família não trabalha mais com o plantio de cana-de-açúcar e mesmo que os seus pais ainda não estejam mais vivos, ela destaca que foi um sonho realizado vê-los trabalhando com a agrofloresta. Para ela, a agrofloresta foi tão importante em sua vida que direcionou a sua carreira profissional, tanto que hoje é técnica do Centro Sabiá.
História parecida é a de Erivan, que também se tornou técnico do Centro Sabiá. “Logo no começo, quando eu me dediquei a esse trabalho, as coisas não foram nada fáceis. Eu ouvi muitas críticas negativas da minha comunidade, mas sempre acreditei na importância da agrofloresta, e por isso nunca desanimei”, relembra ele.
Erivan chegou a receber críticas, mas não desanimou e sempre acreditou na importância da Agrofloresta.
Para finalizar, Dylene comenta um pouco sobre a importância da agrofloresta para a juventude. “Temos uma diversidade de produção, e a partir dessa produção se tem uma grande quantidade de produtos que podem ser comercializados e com isso gerar renda pros jovens. Uma das principais justificativas da evasão dos jovens do campo é justamente a falta de oportunidades e a falta de renda no campo. Eu acredito que se todos os jovens acreditassem na agricultura familiar e nos sistemas agroflorestais, levando ele como uma base para o desenvolvimento da produção, para o melhoramento da alimentação e da renda, eles teriam uma vida melhor e mais sustentável no campo”.
Erivan completa. “É um trabalho muito importante, pois todos precisam ter a consciência da importância de se preservar o meio ambiente e também estar se preocupando com a questão alimentar. Por isso a agroecologia se torna o princípio básico para termos uma vida muito mais saudável”, finaliza ele.
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