Jovens pautando suas prioridades pela melhoria da qualidade de vida
Jovens debateram a importância das Eleições de 2014 e dos movimentos de juventudes nos rumos políticos das Cidades
Por Janaina Ferraz (assessora para juventudes do Centro Sabiá)
Organizações do estado de Pernambuco que trabalham na perspectiva do empoderamento das juventudes realizaram o Encontro Estadual de Organizações Juvenis, na Cúria Metropolitana em Recife, nos dias 18 e 19 de agosto. O encontro reuniu cerca de 30 jovens vindos/as das 04 Regiões de Desenvolvimento do Estado (RMR, Zona da Mata, Agreste e Sertão). Trazendo em seus rostos a alegria e o entusiasmo, características típicas dessa fase da vida, mas também os anseios, desejos e sonhos de transformação social.
O encontro foi promovido por organizações que apoiam o Fórum das Juventudes de Pernambuco (FOJUPE) como Centro Sabiá, Diaconia, Etapas, Fase, GAJOP e Popoli in Arte, tendo como objetivo possibilitar um debate sobre a importância das eleições de 2014, estimulando a capacidade crítica dos movimentos de juventudes sobre os rumos políticos das Cidades e refletir sobre a importância da participação do movimento juvenil na esfera pública para afirmação do direito a cidadania à luz dos direitos humanos.
As juventudes presentes neste encontro, sendo representadas por diversos movimentos de juventudes do campo e da cidade, dentre outras coisas, reelaboraram a Plataforma das Juventudes – Jovens pautando suas prioridades em prol da melhoria da qualidade de vida. Documento construído pela própria juventude do Estado, no segundo semestre de 2012, a partir de um conjunto de ciclos de debates para elaboração deste documento. O mesmo foi construído para levantar as demandas das juventudes do campo e da cidade e servir como um instrumento de luta, aproveitando o período eleitoral. Para este encontro, os e as jovens, reestruturaram este documento com o objetivo de pautar as prioridades mais urgentes no que se refere à garantia de diretos das juventudes, usando como instrumento legal e apoio, o Estatuto das Juventudes para respaldar as questões da Plataforma.
Este espaço foi reconhecido pelos/as participantes como estratégico para garantir a troca de informações/conhecimentos, reconhecimento do sujeito político e de fortalecimento da luta das juventudes. Reconhecem ser fundamental a existência de espaços como este para a formação individual e coletiva deles/as. Como destaca Juliana Cecília, Coordenadora do Projeto Educação para Cidadania do GAJOP, é importante que a gente reconheça o que já se tem de conquistas no campo das políticas públicas de juventude (PPJ), como o estatuto, por exemplo. “Eu me sinto parte dessa história, mas é preciso também pensar as estratégias de fortalecimento das nossas ações, para que as políticas cheguem à ponta”, diz ela.
O jovem Gildo José, da Comissão Territorial de Jovens Multiplicadores de Agroecologia do Agreste, destaca a importância de espaços de discussão como esse. “No primeiro momento, eu não me reconheci no FOJUPE, porém hoje reconheço a importância de estar neste espaço para fortalecer o debate e levar informações, em especial sobre as políticas públicas de juventude, para a minha comunidade”, afirma ele.
Durante todo o encontro os/as participantes fizeram links sobre as realidades vivenciadas por cada um/a ao logo das suas trajetórias individuais e coletivas, apontaram perspectivas a partir das vivências em espaços de educação não formal, refletiram sobre o contexto dos movimentos de juventude no que diz respeito aos avanços, limites e perspectivas à luz da garantia e promoção dos direitos humanos, construção e consolidação da democracia e, sobretudo, refletiram sobre a importância da organização política das juventudes. Pois reconhecem que é a partir do trabalho coletivo que as conquistas chegarão.
Organização Política das Juventudes
Betsaida de Sousa Moreira é um exemplo de jovem que percebeu cedo a força que a juventude tem de se organizar para defender seus direitos. Hoje com 26 anos, ela mora com o companheiro, o filho e a filha na comunidade São José dos Mouras, no município de Lima Campos, na região do Médio Mearim Maranhense.
Sua vontade de trabalhar politicamente por uma vida melhor veio do exemplo de sua mãe, que desde que Betsaida era criança participava de movimentos sociais. Logo depois, a mãe de Betsaida passou a integrar a diretoria da Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (ASSEMA). “Eu sempre falo que foi dessa história que surgiu esse forte interesse em mim, de participar desde criança dos espaços de formação através das organizações sociais”, diz Betsaida.
A jovem agricultora e quebradeira de Coco Babaçu estudou no Programa Nacional de Educação em Áreas de Reforma Agrária (Pronera), em um projeto da ASSEMA em parceria com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e outras organizações. “Foi muito importante para mim porque me aproximei bem mais dos movimentos e principalmente da Assema. Passei a coordenar o grupo de jovens da comunidade, que tinha como objetivo formar lideranças e buscar autonomia da juventude para ocupar os espaços nas organizações de base”, garante ela.
Em 2013 ela foi indicada para a diretoria da Assema, segundo ela era o que mais desejava na vida. Para Betsaida a juventude tem sim o desejo e o poder de mudar a sociedade. “O papel da juventude é de ser agente de transformação e se encorajar para o protagonismo, buscando uma participação social direta para conseguir políticas públicas que nos atendam, em número, gênero e grau”, conclui ela.
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