Troca de sementes marca oficina do 5º Seminário Neppas

Neppas                                                                                                     Foto: Acervo Centro Sabiá

Por Josineide Oliveira e Nicléia Nogueira (Técnica do Centro Sabiá)

Sementes: Autonomia, Resistência e Vida no Semiárido é o mote do V Seminário NEPPAS, que na tarde do dia 22 de abril recebeu a Oficina sobre Bancos Comunitários de Sementes, a mesma aconteceu no Sítio Pará e foi facilitada pelos técnicos/as do Centro Sabiá Lucas Amorim e Riva Almeida. Estavam presentes agricultores e agricultoras de várias comunidades e municípios, entre eles: Carnaúba do Ajudante e Icó (Serra Talhada), Lagoa do Almeida, Baixa das Flores, São José dos Pilotos e Sítio Cachoeira (Santa Cruz da Baixa Verde), Sítio Pará, Grito e Serrinha (Triunfo), estavam presentes também representações da Associação Flor do Campo, IPA e STR de Santa Cruz da Baixa Verde, Casa da Mulher do Nordeste, alunos universitários e técnicos/as do Centro Sabiá.

Foram apresentadas e discutidas várias questões referentes à importância do armazenamento e conversação das sementes crioulas para uma boa produção como também autonomia das famílias, uma vez que as sementes crioulas estão ficando cada vez mais escassas em nossa região, sem falar que as famílias agricultoras vão perdendo pouco a pouco a cultura dos bancos de sementes que antigamente era uma prática recorrente dos agricultores/as. “Estar presente nesta atividade foi uma experiência muito boa, hoje muitos agricultores perderam suas sementes tradicionais e é importante sabermos a importância das sementes crioulas para a nossa autonomia e não ficarmos dependentes de sementes que vem de fora e que na sua maioria são modificadas. Quero levar um pouco de cada semente, para multiplica-la cada vez mais”, disse a agricultora Cícera Aparecida Rodrigues Bezerra Silva, do Assentamento Carnaúba do Ajudante/Serra Talhada.

A seleção e multiplicação das sementes garantem que os agricultores/as nunca percam a tradição de mantê-las armazenadas e assim preservando a qualidade dos alimentos como também das futuras plantações. “Participar desta oficina, é muito importante, o conhecimento dos agricultores aqui presentes é sem dúvida muito engrandecedor. O campus da universidade de ensino é muito importante, no entanto o conhecimento prático adas pessoas que lidam diariamente com o campo e automaticamente com o meio ambiente é algo único, não só na vida acadêmica, como também uma experiência pessoal. Nesse momento, em meio à discursões com os agricultores, em especial Seu Zezé me lembro do meu avô, da minha infância no sítio, vejo como é importante manter esses diálogos e essa interação. Parabenizo o belo trabalho do Centro Sabiá”. Relata a jovem Ana Paula Alves da Silva, estudante de Biologia – URFPE/UAST.

Em meio a diálogos e muita troca de experiências a atividade foi finalizada com uma prática, onde foram armazenadas algumas sementes de feijão de corda. “Este momento foi rico, pois propiciou a troca de saberes entre agricultores/as, técnicos/as e estudantes. No diálogo foi possível observar a quantidade de sementes que os agricultores ainda têm, outra coisa foi a troca de sementes”,  diz o engenheiro florestal Lucas Amorim.


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