Povos indígenas e Centro Sabiá refletem sobre experiência de ATER Indígena

II Módulo de Formação com Juventude Indígena 3                       Jovens indígenas no II Módulo de Fornação com Juventudes Indígenas no território Xukuru,em Pesqueira/PE. Foto: Débora Britto/Centro Sabiá

Por Débora Britto (Centro Sabiá)

Escutar e refletir coletivamente sobre os treze meses de trabalho de Assessoria Técnica e Extensão Rural (ATER) para Agroecologia realizado junto aos povos indígenas Potiguara (PB), Kiriri de Araça (BA), Pankararé (BA), Atikum (BA) e Pankararu (PE). Esse é o objetivo do Seminário de Avaliação da experiência de ATER Indígena, que acontece no dia 12 de maio, realizado pelo Centro Sabiá. Além dos povos onde foi desenvolvido o trabalho, o povo Xukuru de Ororubá (PE), que participou em diversos momentos de intercâmbio e formação, também estará presente. O evento acontece no Recife, no auditório do CECOSNE, a partir das 8h. 

O projeto de ATER Indígena foi desenvolvido através de acordo firmado com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e Fundação Nacional do índio (Funai) com objetivo de prestar assessoria técnica pedagógica em áreas de referência do GATI (Gestão Ambiental em Terras Indígenas). Representantes das organizações participarão do seminário.

Segundo Maria Aureliano, Coordenadora Pedagógica do Centro Sabiá, como um projeto de médio prazo e sendo a experiência de trabalhar com povos indígenas até então inédita para a organização, surgiu a necessidade de promover um espaço para avaliar o trabalho desenvolvido. “Por isso teremos esse momento de escuta dos povos indígenas e também para apresentar a sistematização da metodologia de trabalho que utilizamos e que foi construída através de entrevistas e diálogo com os povos, com a Funai e os técnicos que participaram da execução do projeto”, explica.

No seminário, será apresentado o processo de sistematização realizado pelo professor José Nunes, da UFRPE. O momento também constará como parte da sistematização, que será finalizada após o evento. Além disso, serão construídos junto com os representantes dos povos linhas do tempo e um mapa do que foi feito no projeto. Caciques, lideranças, mulheres e jovens que participaram da formação de Jovens Multiplicadores de Agroecologia estarão presentes.

Para Maria, a experiência de ATER Indígena foi desafiante. Ela reconhece que houve dificuldades principalmente devido aos territórios serem distantes e do ineditismo do trabalho do Centro Sabiá com povos indígenas, mas defende que o aprendizado é fundamental para pensar mesmo o trabalho que a organização desenvolve com os agricultores e agricultoras familiares de outras regiões. “Percebemos que muitas estratégias funcionam para os dois grupos. O resgate do jeito de fazer tradicional não é tão diferente assim. A escuta e a construção coletiva foram acertos nesse processo de ATER Indígena”, aponta.


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