V Seminário NEPPAS dialoga com realidade das famílias agricultoras
Espaço possibilitou trocas e reconhecimento de novos espaços de construção de conhecimentos em Agroeocologia, reafirmando a importância da agricultura familiar, do feminismo e da economia solidária.
Por Erison Martins do Amaral, do Sítio Souto, município de Triunfo (Comissão Territorial de Jovens Multiplicadores/as de Agroecologia)
O 5º Seminário do NEPPAS aconteceu de 22 a 25 de abril, na Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST/UFRPE) e teve como tema “Sementes: Autonomia, resistência e vida no semiárido”, o qual trouxe o debate sobre a importância das sementes para a autonomia do povo sertanejo. O evento foi rico em participação, troca de conhecimentos e experiências, e contou com intercâmbios, feira de saberes e sabores, palestras.
A dinâmica do evento foi bastante diversificada, com várias atividades simultâneas, como oficinas de Bancos Comunitários de Sementes, seminário sobre Mulheres na Caatinga, com o tema “Soberania e Segurança Alimentar no Bioma Caatinga”, intercâmbio de experiências em Agroecologia no Semiárido, com a experiência do Assentamento Laginha, em Serra Talhada e outros.
“De todos os seminários acho que este teve uma dinâmica diferenciada, permitiu uma participação mais incisiva dos agricultores/as, que contribuíram bastante para a realização do evento. Foi um seminário que teve um foco interessante para o debate voltado para a questão das mulheres, sendo elas o maior número. Destaco a importância do tema do evento “Sementes”, que nos leva a bater de frente com o agronegócio, aconteceu no momento importante, temos a necessidade de demarcar nossa ação no campo das sementes, considerando que este é um elemento de resistência que é estratégico para a agroecologia no enfrentamento a ameaça do agronegócio”, diz Riva Almeida, Coordenadora local do Centro Sabiá no Sertão.
Na discursão foi possível perceber a que a cultura dos bancos de sementes ainda existem e estão espalhados por nosso semiárido, mantidos pelos agricultores familiares, organizações, articulações, grupos, etnias. Eles vêm multiplicando os conhecimentos, envolvendo a agricultura, e estimulando o armazenamento e troca de sementes.
Além disso, essas ações tem ressaltado a importância do resgate e da preservação das sementes crioulas, passada de geração em geração, se transformando não apenas em sementes para produção e sim sementes de qualidade, com história com cultura, com vida. “Este é o terceiro ano que participo do seminário do NEPPAS, e a cada ano me surpreendo e me encanto com tanta beleza, cultura e luta. O tema deste ano fala de uma questão que é fundamental para nós que somos agricultores, que é as sementes crioulas que estão acabando e nos deixado vulneráveis a receber sementes que não conhecemos e que não nos faz bem, apoio esta luta pelas sementes crioulas”, afirma a agricultora Edleuza Balbino Nogueira da Silva, da Lagoa do Almeida, município de Santa Cruz da Baixa Verde.
O Seminário se fortaleceu a cada dia e trouxe para o debate questões pertinentes que dialogam com a realidade e problemáticas das famílias agricultoras. Foi um espaço em que enxergamos novos espaços de construção de conhecimentos em Agroeocologia a partir da perspectiva da Convivência com o Semiárido, reafirmando a importância da agricultura familiar, do feminismo e da economia solidária.
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Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.