Agricultores e agricultoras conhecem comunidade de Conceição das Crioulas

conceição

Os intercâmbios são uma estratégia antiga do Centro Sabiá para difundir a agroecologia Crédito: Acervo Centro Sabiá

Por Ricardo Gois (Centro Sabiá)

Técnico do Centro Sabiá, no Sertão, Ricardo Gois relatou a experiência que teve ao levar um grupo de agricultores e agricultoras assessorados pelo Centro Sabiá para a comunidade quilombola de Conceição das Crioulas. Leia o relato e conheça mais dessa riquíssima história de luta que vem sendo travada pelas comunidades quilombolas em Pernambuco:

A atividade iniciou com uma apresentação com as lideranças da comunidade, Lurdinha professora e Lena membro da comissão de comunicação e Ademir coordenador executivo das comunidades Quilombolas do Estado de Pernambuco.

A professora Lurdinha faz um resgate histórico da comunidade e destacou a luta da comunidade para demarcação do território Quilombola. Em 2012, conseguimos a primeira fazenda para a comunidade quilombola, foi um desafio trabalhar com ameaças constantes de fazendeiros na luta do acesso aos territórios quilombolas”, comenta Lurdinha.

A comunidade apresenta uma boa experiência em educação contextualizada no território quilombola oito escolas, inclusive uma de formação técnica voltada à Educação Quilombola. Dentro do estado existem 02 escolas estaduais assim, sendo uma na comunidade de Conceição das Crioulas e a outra na cidade de Custódia, no sertão do Moxotó Pernambucano.

O segundo dia de intercâmbio foi um dia muito produtivo no aspecto de construção do conhecimento com as famílias envolvidas pois dividimos as atividades em grupos por construção do conhecimento, trabalhamos algumas temáticas com os grupos: artesanato em tecidos, bonecas de caroá, artesanato em madeira.

O grupo que trabalhou com a produção de artesanato em madeira realizou uma visita in loco para extração da madeira e uma fala sobre o manejo da caatinga e a forma correta de extrair a madeira para a produção das peças do artesanato, as peças produzidas foram cabide e copeira. O segundo grupo trabalhou com a produção de bonecas de caroá, planta da caatinga; esse grupo foi formado pelos jovens; Secia, Liliane, José Carlos e Bruna.  Já para o grupo da produção em tecido a base de algodão Aline, Maria da Ilha e Ana Paula, a atividade foi muito rica na construção do conhecimento e geração de renda para as mulheres e jovens envolvidos. 

No terceiro dia da atividades iniciamos com um passeio turístico e um café da manhã na caatinga, onde tivemos oportunidade de conhecer um pouco da vegetação da caatinga, e conhecer um pouco da história do Quilombo onde encontramos pinturas rupestres, fósseis e resgatar um pouco da história quilombola descrita pela professora Lurdinha. Avaliamos esta atividade como uma experiência muito rica para construção do conhecimento agroecológico onde podemos conhecer uma comunidade Quilombola e suas diferentes formas de auto-organização e práticas que poderemos levar para nossas comunidades envolvidas no processo.

 


Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *