Merendeiras de escolas em Bom Jardim discutem segurança alimentar
A formação em Gestão de Recursos Hídricos, do projeto Cisternas nas Escolas, discute temas como a origem dos alimentos e os cuidados com a cisterna
Por Rigoberto Arantes (assessor pedagógico do Centro Sabiá no Cisternas nas Escolas)
Nos dias 13 e 14 de agosto aconteceu a formação de Gestão de Recursos Hídricos em Bom Jardim, no Agreste pernambucano. Esta oficina faz parte do Projeto Cisternas nas Escolas e seu público são as merendeiras e auxiliares de serviços gerais das escolas beneficiadas com o projeto. No caso do município de Bom Jardim, dez cisternas estão em fase de construção.
Iniciamos a formação com uma dinâmica de apresentação das/os participantes e suas expectativas para o encontro. Então conversamos sobre a chegada do projeto ao município, destacando as lutas dos movimentos sociais do campo por políticas públicas e o histórico da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). Também uma apresentação sobre o Centro Sabiá, feita pelo jovem Getúlio Roberto, que faz parte da Comissão Territorial de Jovens Multiplicadores do Agreste.
O primeiro dia foi focado na questão da cisterna: seu uso, cuidados, manuseio, reaproveitamento, manutenção, a questão da água nas comunidades, na região, no Semiárido. Já no segundo dia o enfoque foi a questão da Segurança Alimentar, suas compreensões, quais alimentos chegam à escola, como é a produção orgânica no município, a agricultura familiar x o agronegócio, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Diversas metodologias foram realizadas na formação, sempre partindo das compreensões das pessoas, trazendo mais informações para ajudar na reflexão e construção de novos conhecimentos. Dinâmicas, cochichos, trabalhos em grupo, produção de desenhos, roda de diálogo, debates e vários vídeos como “Água, Vida e Alegria no Semiárido”, “Comida que Alimenta” e “Cuidados com a Cisterna”. Muita coisa boa foi produzida, o empoderamento das merendeiras como gestoras dos recursos hídricos das escolas, a necessidade do trabalho coletivo da comunidade escolar e a troca de saberes das participantes. Várias sugestões foram dadas, como articular as comunidades para socializar o que foi debatido e encaminhado nas formações tanto dos/as professores/as como das merendeiras.
Outro momento importante foi a Roda de Diálogo sobre Segurança Alimentar que contou com a presença da nutricionista da Secretaria de Educação do município e da presidenta do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) municipal. Elas trouxeram suas experiências para ajudar no debate e foi interessante porque algumas pessoas desconheciam a função do conselho no município e a política do PNAE. Foi falado sobre o objetivo das merendas: “a ideia é aproximar o cardápio com o que os estudantes tem em casa”, destacou a nutricionista.
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