IV Mulheres Contemporâneas: velhos desafios, novas perspectivas

Foto: Ivanildo Paulino

Por Ivanildo Paulino da Silva (Jovem Multiplicador da Agroecologia e graduando do curso tecnólogo em Agroecologia) e Wesmillianice Jullianne da Silva (graduando do curso tecnólogo em Agroecologia)

O IV Seminário Mulheres Contemporâneas: Velhos desafios, novas perspectivas, realizado no dia 30 de março, teve como principal objetivo discutir a importância das mulheres na vida pública e quais as principais desigualdades enfrentadas pelas mesmas na sociedade atual. O evento foi uma iniciativa do Núcleo de Gênero e Diversidade (NEGED), Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), Núcleo de Estudos em Agroecologia, Agricultura Orgânica e Desenvolvimento Sustentável (NEADS), Cine Campus: uma experiência cineclubista (Cineclube), juntamente com Laura Fabiana, assistente social do campus Barreiros do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPE). Participaram da mesa de debates a deputada federal Teresa Leitão, uma representante do Departamento de Assistência à mulher do município de Barreiros, Sra. Cidriane; uma agricultora familiar, Sra. Elizabete, conhecida também como Dona Bete; a Antropóloga do IFPE- Campus Barreiros Nubia Michelle, a aluna do curso de Licenciatura em Química Larissa Batista e a aluna do curso Tecnólogo em Agroecologia Jullianne Silva, trazendo suas experiências e colaborações a respeito do tema abordado.

 A priori, o diálogo teve como abertura a fala da deputada Teresa Leitão sobre a participação da mulher na vida pública, enfatizando que ainda há um índice baixíssimo de mulheres atuando no âmbito político da nossa sociedade. A deputada explicita ainda em sua fala que “a luta das mulheres está relacionada com diversos fatores históricos e não tem sido fácil ocupar o lugar desejado na sociedade, mas através do diálogo e das iniciativas sociais é possível mudar o quadro existente para melhor”. A Sra. Cidriane expressa em seu discurso que no município de Barreiros existem muitas mulheres que desconhecem a existência desse Departamento de apoio direcionado às mesmas e ainda complementa que “o índice de mulheres agredidas fisicamente e, principalmente, psicologicamente, é alarmante”. 


Foto: IFPE Barreiros

Em seguida, a estudante de Licenciatura em Química, Larissa Batista, abordou a luta que as mulheres negras enfrentam socialmente, num país considerado democrático, o que é um grande atraso social, ressaltando as diferenças entre o feminismo praticado pelas mulheres brancas do feminismo praticado pelas mulheres negras, o que tem a ver, na opinião da mesma, com as diferenças das classes sociais, colocando a figura feminina negra no último patamar da pirâmide social. Dona Bete traz a sua realidade de vida, semelhante à fala da estudante Larissa, pautada nos sentimentos e vivências sociais adquiridas, a fala da mesma engloba a vida da mulher dentro da agricultura familiar, onde ela pôde falar com propriedade, pois trabalha em sua parcela produzindo para sua própria família, ressaltando a importância da mulher na agricultura e consequentemente na sociedade de maneira geral. 

A estudante do curso Tecnólogo em Agroecologia, Jullianne Silva, também aborda que sem feminismo não há Agroecologia e ressalta que as desigualdades sociais foram desencadeadas desde a mistura das raças no período da colonização do país, pois a junção dos diferentes tipos de cultura interferiu significativamente na formação da cultura da sociedade, que é proveniente de outras sociedades fortemente machistas. Jullianne ainda enfatiza que o feminismo não é o oposto do machismo, como muitos imaginam, pois a ideia do machismo é o de submissão da mulher ao homem, já o feminismo é a ideia de igualdade entre os gêneros, possibilitando os direitos iguais em todas as esferas e classes sociais. 

 

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