Ser jovem rural em tempos de pandemia

Foto: Comissão de Jovens Multiplicadore/as da Agroecologia – CJMA 

Ser jovem rural em tempos de pandemia

Por Willaneidison Gaudêncio da Silva, da comunidade de Esmera, município de Riacho das Almas, agreste Pernambucano.

 Ser um jovem vivendo em meio a uma pandemia é assustador e desafiador, especialmente pela condição de “confinamento” que somos colocados. Porém a vida no campo, de certa forma é mais tranquila, pois tenho liberdade, posso plantar, colher, me alimentar bem, produzindo alimentos limpos, sem venenos junto com minha família. 

Enquanto os jovens das Periferias, das grandes cidades, por exemplo, se encontram “confinados”, sem terem um espaço no entorno da casa para plantarem, a maioria deles e delas neste período se encontram presos em poucos metros quadrados, com praticamente nenhuma opção de lazer, e isso torna a rotina muito difícil. 

Para um jovem camponês que tem terra para produzir, a vida é outra, mesmo “confinado” a gente consegue se divertir, praticando e aprendendo as artes da agroecologia, por isso, é preciso continuar produzindo para nossa segurança alimentar e nutricional e também para alimentar quem necessita. Infelizmente as juventudes foram e são usadas como massa de manobra, em plena pandemia, durante os processos eleitorais, por exemplo, ninguém se preocupou com isso, houve festas, aglomerações, um desrespeito à vida. Muitos de nós somos eufóricos, agimos pela emoção, sem medir as conseqüências futuras. Se quisermos que tudo isso passe logo, e possamos voltar a viver a vida sem medo, é necessário que tenhamos responsabilidades, que pensemos nas pessoas a nossa volta. 

Estou no meu sitio me cuidando, aproveitando o período chuvoso, e pondo em prática todos os conhecimentos agroecologicos adquiridos ao longo da caminhada, produzindo milho, feijão e mandioca, porque sei que ter soberania e segurança alimentar também é cuidar da vida.