Dados sobre a nova pesquisa de agrotóxico – Lucrando com o veneno

Aniérica Almeida
Assessora para Agricultura Urbana do Centro Sabiá

Rosa Sampaio / Acervo Centro Sabiá

O agro, que é “tech e pop”, mata um brasileiro a cada 2 dias- 20% dessas vítimas são crianças e adolescentes com idade entre 0 e 19 anos.

O relatório recém publicado por especialista da rede ambiental amigos da Europa (Friends of the Earth Europe)  revela a forte influência e alianças que as corporações europeias, fabricantes de agroquímicos, exercem na flexibilização e aumento de autorizações dos agrotóxicos utilizados no Brasil. Afirma também que o acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul ( Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) beneficiará grandes empresas com redução e isenção de impostos e trará graves consequências para a natureza, as comunidades tradicionais e os povos indígenas. 

O relatório aponta as estratégias adotadas pelos gigantes europeus (BASF, Bayer e Syngenta) em consonância com o governo brasileiro, sobretudo com parlamentares da bancada ruralista para fazer impulsionar as importações, garantido isenção de impostos para agrotóxicos que já foram banidos na União Européia (UE). A estratégia conta com forte apelo midiático e negociações com políticos que se refletem na fragilização de leis ambientais, enfraquecimento e fim de instâncias de controle exercidas pela sociedade.

Dados alarmantes são apresentados no relatório como o aumento em seis vezes mais do uso de agrotóxicos no Brasil nos últimos 20 anos e a posição nº 1 no ranking mundial de consumo de veneno. Além de gastos na ordem de 2 milhões de euros, na realização de acordos entre representantes das empresas de agrotóxicos e políticos; 499 novos agrotóxicos aprovados para comercialização no Brasil, apenas em 2021 e a morte de um brasileiro a cada 2 dias, vítimas de intoxicação por agrotóxicos.

O relatório se encerra apresentando um conjunto de exigências a serem tomadas pela UE como forma de reparação por todo o histórico devastador colonial exercido sob os países do Mercosul, como o Brasil, e aponta o apoio para a transição à formas de agriculturas mais sustentáveis e agroecológicas como um dos caminhos a serem fortalecidos. Destaca a importância do papel exercido pelos agricultores/as camponeses na produção de alimentos e que a forma de produção e consumo de alimentos saudáveis devem respeitar os direitos humanos e os limites da grande mãe terra.

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