Escola de Agrofloresta Jones Severino Pereira realiza formação em Sistemas Agroflorestais em Pernambuco

Raimundo Daldenberg Pereira Bertino, Educador agroflorestal e assessor técnico do Centro Sabiá e Vilmar Luiz Lermen, Agricultor e educador agroflorestal

João Roberto Ripper / Acervo Centro Sabiá

As Agroflorestas são sistemas que unem conhecimentos acumulados em vários locais, práticas, técnicas e experiências que foram vivenciadas de forma organizada por famílias, grupos e comunidades de agricultores/as. A prática no Brasil é centenária, mas a chegada do agricultor e pesquisador suíço Ernst Göstch, no início da década de 80, no país, teve um papel importante no desenvolvimento das agroflorestas nos modelos atuais. Ao longo do tempo, esse tipo de agricultura foi sendo sistematizada e difundida, por meio de  consultorias, vivências e cursos, questionando os modelos convencionais de produção.

O Centro Sabiá acompanha algumas famílias que aceitaram o desafio desse novo jeito de fazer agricultura, entre elas a de Jones Severino e Lenir, no Sítio São João, em Abreu e Lima, Pernambuco. A família de Jones foi pioneira nas práticas agroflorestais, com várias técnicas a partir dos ensinamentos de Ernst e dos técnicos da organização.

Com apoio da organização alemã MISEREOR, o Centro Sabiá implementou a Escola de Agrofloresta Jones Severino Pereira, em homenagem ao agricultor, falecido em 2017, pelo seu legado construído. A ação acontece em três regiões do estado, Sertão, Agreste e na Zona da Mata Sul, capacitando cerca de 90 agricultores/as em seis turmas, com 15 participantes cada, além de convidados, como alguns parceiros das regiões e famílias de outros projetos com áreas de agroflorestas já consolidadas.

Um elemento didático importante do curso é a valorização do diálogo pedagógico entre teoria e prática, a troca de experiências entre agricultores e agricultoras e a utilização das ferramentas pedagógicas, como “Triângulo da Vida”, estratificação das espécies, sucessão ecológica no tempo e no espaço. A Escola preza por metodologias participativas, com debates baseados na “ação-reflexão-ação transformadora” de Paulo Freire.

Cada turma tem uma família anfitriã, onde as práticas e teorias são desenvolvidas nos seus agroecossistemas. O objetivo principal é a formação em sistemas agroflorestais, de forma que as famílias possam melhorar sua produção, possibilitando aumento na diversidade de alimentos, gerando renda e inclusão de gênero nos processos formativos e decisórios, e, ainda contribuir com a preservação ambiental dos territórios, discutindo o acesso à terra, sucessão rural e participação das famílias nas organizações de base e regionais, que lutam pelos direitos e discutem desenvolvimento rural.

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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