Centro Sabiá, Caatinga e a ASA promovem Seminário sobre Saneamento Rural
Evento vai até a próxima sexta-feira no Recife e reúne organizações da ASA de todas os estados do NE e Minas Gerais
Rosa Sampaio
Jornalista do Centro Sabiá
Iniciou nesta quarta-feira (31/08), o Seminário Saneamento Rural no Semiárido Brasileiro (SAB) realizado pelas ongs Centro Sabiá e Caatinga junto às demais organizações da Articulação Semiárido Brasileiro – ASA, no Recife, com apoio da Cáritas Alemã. A abertura do encontro foi de lembranças e afetos junto a tantas companheiras e companheiros que fazem a ASA nesses mais de 20 anos de atuação, mas também de reflexão sobre a importância das tecnologias de captação e armazenamento da água.
O destaque foi o reúso da água “servida” ou água cinza, que vem se ampliando. Relatos das experiências dão conta de maneiras criativas de tratamento e reutilização da água pelo Semiárido afora. O saneamento do Semiárido, seja com abastecimento hídrico por meio das tecnologias de captação de água de chuva, reutilização das águas ou tratamento total dos esgotos, é um tema presente, contido inclusive na carta da ASA, “Por um Semiárido Vivo!”
A mesa de abertura sobre o saneamento rural no SAB contou com a presença de Maria Aureliano, do Centro Sabiá, Giovanne Xenofonte, do Caatinga, João Alexandre, representando a ASA e Alexandre Pessoa da Fiocruz , que trouxeram as potencialidades, desafios, expectativas e o contexto de políticas públicas para a implementação da tecnologia do Reúso de Águas Cinzas (RAC) para a região.
Para Maria Cristina Aureliano, da coordenação do Sabiá, o saneamento rural no Semiárido precisa ser visto como uma política pública urgente, “ pelo impacto da saúde das famílias rurais, na sua produção de alimentos e criação de animais e ampliação e otimização das águas na região semiárida do Brasil, ajudando na recuperação do solo e no reflorestamento das áreas desertificadas”.
A tarde foi de trocas de experiências do RAC pelo Semiárido, Centro Sabiá apresentaram os resultando que vem tendo no Projeto Terra de Vidas, no agreste e sertões do Pajeú e do Araripe, em Pernambuco, nas 500 tecnologias de reúso nos Sistemas Agroflorestais (SAF) até então. O PATAC (Paraíba), o Instituto Antonio Conselheiro IAC (Ceará) e o IRPAA (Bahia), também apresentaram as experiências dos sistemas simplificados de tratamento de água cinza, implementados nos seus territórios.
O Seminário, que vai até a sexta-feira (02/09), tem por objetivos debater, refletir e trocar experiências no conjunto das organizações da ASA, sobre o saneamento rural, a fim de aprimorar as narrativas e as estratégias para a promoção do saneamento no Semiárido, para a incidência, com relação às políticas públicas de saneamento rural para o Semiárido; e planejar o processo de implantação das 40 tecnologias de tratamento de água cinza junto às organizações das ASA.
Lançamentos e Intercâmbio – Hoje a noite também haverá lançamento editoriais sobre o tema, O Dicionário da Agroecologia e Ebook sobre Sistemas de tratamento de esgoto e Reuso agrícola – Uma contribuição ao Saneamento Básico Rural. E nesta quinta-feira (01/09), durante todo o dia, os participantes do seminário visitam as experiências de RAC e SAF assessoradas pelo Centro Sabiá no Agreste, em comunidades rurais de Orobó e Santa Maria do Cambucá.
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