Devolução da Linha do Tempo: Fortalecendo a Agroecologia e Reconstruindo Histórias na Comunidade do Sítio Feijão

Juliana Peixoto,
Coordenadora Territorial do Centro Sabiá no Agreste

Na última quarta-feira (23), aconteceu no Sítio Feijão, na cidade de Bom Jardim (PE), a devolução da linha do tempo, a atividade foi coordenada por Raimundo Bertino e Juliana Peixoto, que fazem parte da equipe técnica do Centro Sabiá. O instrumento pedagógico reúne dados sociais, ambientais e econômicos, e está inserido na Pesquisa Ação: práticas de ATER, construção de conhecimentos e sujeitos da agroecologia, realizado pela Rede ATER Nordeste de Agroecologia.

Neste primeiro módulo da pesquisa, discutimos a trajetória da comunidade através da metodologia do Estudo Lume. A linha do tempo foi construída de forma coletiva, e permite conhecer a trajetória e compreender as estratégias que foram sendo constituídas dentro e fora da comunidade.

Ao voltar para fazer a devolução, busca-se validar e acrescentar outras informações, ao mesmo tempo que envolve as famílias nas diferentes etapas do estudo, para que elas possam se reconhecer enquanto sujeitas políticas, peças chaves para o fortalecimento da agroecologia na comunidade e território. A comunidade do Feijão é palco das primeiras Agroflorestas assessoradas pelo Centro Sabiá no território do agreste pernambucano e hoje, são referências no estado.

Ao mesmo tempo que as famílias mencionam os fatos para adicionar na linha, há uma reflexão coletiva sobre os impactos do que foi lembrado, “estamos viajando no tempo”, afirma João Ribeiro, coordenador da AGROFLOR.

As articulações em rede e os arranjos sociotécnicos presentes nos espaços de gestão dos bens comuns, junto às inovações, a diversidade de mercados, com destaque para Feiras Agroecológicas e Mercados Institucionais (PAA e PNAE) evidenciam a força agroecológica do Sítio Feijão. A comunidade se tornou, ao longo das últimas 4 décadas, fonte de inspiração para organizações e famílias agricultoras.