Dia do Consumo Consciente: qual a relação do consumo com plástico?

O plástico está mais presente na nossa vida do que imaginamos, e mais do que nunca, no consumo. O Dia do Consumo Consciente , que foi celebrado no último dia 15, nos leva a pensar sobre o assunto

Simone Arimatéia
Técnica em Agroecologia e assessora técnica de Agricultura Urbana e Periurbana do Centro Sabiá

AdobeStock/Reprodução

O dia do consumo consciente surge no Brasil em 2019, criado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para nos alertar sobre os problemas criados pela forma como produzimos e consumimos. Afinal, porque consumimos tanto? Pensando nisso, vamos descobrir que muitas vezes somos condicionados a consumir mais do que precisamos.

Existe uma estratégia usada pela indústria que é a “obsolescência programada”. Pela sua lógica, os bens de consumo são feitos para durarem pouco, quebram rápido. Algumas décadas atrás, uma geladeira era comprada e durava 30 anos com a mesma família, passando por pequenas manutenções e consertos ao longo da sua vida útil. Atualmente, uma geladeira pode apresentar defeito antes de completar seu primeiro ano, e dificilmente ela durará mais que cinco anos na sua casa.

O problema é que para produzir itens de consumo, usamos partes da natureza que não se refazem de forma rápida, ou seja, estamos consumindo o planeta e com isso produzindo muitos resíduos, o lixo. O lixo é uma invenção humana, na natureza tudo que existe é insumo para um novo ciclo de vida, tudo se decompõe e/ou alimenta algo. Já o lixo precisa ser transformado, reciclado de alguma forma para não poluir a natureza.

Ao observar algum alimento, um coco, por exemplo, colhido no coqueiro, pode ser vendido e consumido. Sua “embalagem” (a quenga do coco, fiapos e fibra) pode ser “descartada” na natureza e irá se decompor em poucos meses, levando benefícios ao solo. Sob o argumento de vender praticidade, a indústria passa a nos vender água de coco engarrafada em plástico. Garrafa plástica que ao ser descartada pode levar até 450 anos para se decompor.

Dentre as muitas coisas que consumimos, o plástico está em praticamente tudo. Até nas nossas roupas feitas de poliéster. Ao descartar itens, temos a falsa sensação que eles deixaram de existir. Precisamos começar a nos responsabilizar pelo lixo que produzimos, repensar o consumo de plástico é um exercício cotidiano, que requer esforço e questionamento.

Reduzir significa também tentar não gerar resíduo. Por exemplo, ao ir à farmácia, preciso levar o remédio em uma sacola? Ou ao fazer feira, preciso de todas as sacolas plásticas que me são oferecidas ou posso levar as minhas sacolas reutilizáveis? Não iremos deixar de consumir plástico de uma hora para outra, mas podemos reduzir drasticamente seu uso apenas com a mudança dos nossos hábitos e dando alguns “nãos” pelo caminho.

Apoie a campanha Minha Feira, Minha Sacola, Nosso Planeta.  A Campanha quer promover a transformação da maneira como consumimos nas feiras agroecológicas, zerando as sacolas plásticas. Saiba mais sobre o movimento nesta publicação, e aproveite para compartilhar nas suas redes sociais!

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Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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2 comentários

  1. O consumo consciente é essencial nos tempos modernos, tão avassalados pelo consumismo e pelo plástico, além doutros meios degradantes do ambiente, muitas vezes nem degradante mas que não promovem o desenvolvimento ambiental ou que não esteja alinhado às condições de sustentabilidade. Este artigo de Simone Arimatéia traduz a excelência de seu saber na agroecologia e se constituindo num alerta fundamental para a nossa vida.

  2. Excelente texto! Precisamos mesmo urgentemente pensar, não só na reciclagem, como em reduzir o consumo de plástico.
    Inclusive existe um abaixo-assinado do Projeto Pare o Tsunami de Plástico pra gente assinar, para que o governo aprove o Projeto que limita a quantidade de lixo que pode ser jogada no oceano.
    E também existe um documentário chamado Oceano de Plástico, que vale a pena ver.

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