Do Semiárido ao Sul da Mata Atântica: organizações brasileiras apresentam agrofloresta como solução climática na ONU

Centro Sabiá e Centro Ecológico participam de reunião do PNUD sobre adaptação às crises climáticas

Nucléos de Comunicação e de Mobilização de Recursos do Centro Sabiá

<em><span style=”color: var(–theme-palette-color-5, #868886);” class=”stk-highlight”><sub>Maria Cristina Aureliano e Carlos Magno, coordenadores do Centro Sabiá. Foto: Acervo Centro Sabiá</sub></span></em>

Na última semana, a coordenadora Geral Maria Cristina Aureliano e o coordenador de Mobilização de Recursos, Carlos Magno, representaram o Centro Sabiá em evento realizado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), em Manila, capital das Filipinas, nos dias 17, 18 e 19 de outubro.

O encontro é uma iniciativa do PNUD para projetos financiados através do Fundo Acelerador de Inovação Climática de Adaptação (AFCIA – sigla em inglês). Vale destacar que o AFCIA, destina seus recursos, exclusivamente, à organizações que trabalham para que as comunidades possam se adaptar às mudanças climáticas. A ideia do encontro foi promover treinamentos e aprendizados entre pares e o fortalecimento de redes e contatos.

O encontro em Manila conectou membros de 44 Organizações da Sociedade Civil apoiadas pelo PNUD, dividido em duas rodadas. Nesta segunda rodada, o Centro Sabiá esteve como única organização brasileira. Contudo, além do Centro Sabiá, estava presente, na primeira rodada, a organização Centro de Assessoria e Formação em Agricultura Ecológica (Centro Ecológico), do Rio Grande do Sul.

RAC/SAF entra no radar internacional com o Centro Sabiá

Fotos: PNUD/Reprodução
Fotos: PNUD/Reprodução

A partir de 2023, o Centro Sabiá é parte do Programa do PNUD, com o projeto “RAC e SAF: adaptação às mudanças climáticas e meios de vida sustentáveis para mulheres no semiárido brasileiro“. O Reuso de Águas Cinzas (RAC), é um sistema que reaproveita a água de alguns usos domésticos para a produção de alimentos no Sistema Agroflorestal (SAF). Basicamente essa solução apresentada, transforma potenciais poluentes em alimentos saudáveis para as famílias.

Com foco em grupos liderados por mulheres, o esperado é que 130 famílias implementem sistemas RAC/SAFs, aumentem seu conhecimento sobre estratégias de adaptação climática e melhorem sua disponibilidade de água e segurança alimentar e nutricional.

Para Maria Cristina Aureliano, coordenadora Geral do Centro Sabiá, “Esse encontro amplia o reconhecimento e visibilidade do Sabiá e da tecnologia RAC/SAF como tecnologia eficaz de adaptação às mudanças climática (tanto lá fora como aqui no Brasil) e oportuniza levar o debate da agroecologia para este espaço do PNUD, onde nem todas as experiências tem essa pegada.”

Centro Ecológico

Maria Cristina e Carlos Magno do Centro Sabiá, e Gabriel Meireles e André Gonçalves do Centro Ecológico, ao lado de Charles Chonngguang Yu, representante do PNUD.

Além do Sabiá, o Centro Ecológico também teve projeto aprovado neste programa do PNUD. A organização faz parte da Rede Ecovida, no Rio Grande do Sul, fortalecendo a representação do Brasil no evento.  O projeto “Combinando renda e proteção florestal no Sul do Brasil”, foi apresentado pela organização.

De acordo com as informações do Centro Ecológico, o objetivo do projeto é capacitar os agricultores familiares, especialmente mulheres e jovens indígenas a fazerem adaptações agrícolas por meio da implementação de sistemas agroflorestais. A execução do projeto ocorre no extremo sul do país, e no limite da Mata Atlântica – um dos biomas mais ameaçados do mundo.

Para Gabriel Meirelles, membro da equipe técnica do Centro Ecológico , “As trocas de experiência com projetos do mundo inteiro foram muito ricas, assim como com nossos parceiros do Centro Sabiá. Foi uma ótima oportunidade para levarmos as nossas pautas e a busca por justiça climática para um espaço dessa importância. Acredito que voltamos mais fortalecidos e confiantes em nossa proposta da Agroecologia e dos Sistemas Agroflorestais como solução para os desafios sociais e ambientais que estamos vivendo. Seguimos, juntos, na perspectiva da produção e acesso de alimentos saudáveis para todos e da valorização de nossa socio biodiversidade.”

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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