Centro Sabiá participa do 12° Congresso de Agroecologia no Rio de Janeiro 

Maria Letícia Menezes
Estagiária de Comunicação do Centro Sabiá

Da esquerda para a direita: Juliana Peixoto, Tone Cristiano, Aniérica Almeida e Vitor Diego

Na última semana, dos dias 20 a 23 de novembro, o bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, recebeu o 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), depois de três anos sem o evento presencial. Isso porque, o último encontro presencial aconteceu em 2019, antes da pandemia. Neste ano, o tema do CBA trouxe diversos significados. “Agroecologia na boca do povo” foi o mote que guiou esses dias de congresso. 

O tema carrega consigo toda a importância da diversidade de pessoas no movimento agroecológico, bem como a valorização dos saberes  tradicionais. Afinal, a agroecologia é prática ancestral, e está na “boca do povo”, há muito tempo. O lema escolhido também evidencia que a agroecologia vai além do prato. Nos três dias de congresso, assuntos como racismo ambiental e cura por meio das plantas tiveram seu espaço nas discussões.

Cerca de 7 mil pessoas participaram do 12° CBA, e mais de 3 mil trabalhos sobre agroecologia e temas relacionados foram apresentados no evento. Além disso, diversas programações aconteceram simultaneamente, logo, todas as pessoas presentes puderam participar de atividades  diferentes. De rodas de diálogo à exibição de filmes, conferências, troca de experiências e a Feira Nacional de Saberes e Sabores, com diversos produtos de base agroecológica sendo comercializados.

Centro Sabiá marca presença no CBA

O Centro Sabiá marcou presença no CBA com Aniérica Almeida, coordenadora Técnico-Pedagógica, Juliana Peixoto, coordenadora territorial no Agreste, Tone Cristiano, membro da diretoria e jovens que integram a Comissão de Jovens Multiplicadores/as da Agroecologia (CJMA). Assim, o Sabiá  teve a oportunidade de participar de várias atividades.

Um dos momentos em destaque foi a Plenária de Mulheres, que ocorreu no primeiro dia do encontro, em que foi pautada a luta contra a violência às mulheres e o protagonismo feminino na agroecologia. Junto a isso, a Rede Ater Nordeste de Agroecologia lançou a segunda etapa do Projeto Baraúnas, em um momento de debate sobre a Assistência Técnica Rural Feminista.

Na terça (21), aconteceram, simultaneamente, a Feira Nacional de Saberes e Sabores e o Terreiro de Inovações Camponesas. Na feira, os jovens Gildo José e Tatiane Faustino comercializam seus produtos (geleias e doces), que produzem no sertão pernambucano, e produtos de diversos jovens da CJMA, como bolsas e bordados artesanais.

No Terreiro de Inovações, o Centro Sabiá, em parceria com a Associação de Agricultores Agroecológicos de Bom Jardim (Agroflor), apresentou a experiência do Reúso de Águas Cinzas aliado ao Sistema Agroflorestal, o RAC/SAF. Tone Cristiano, membro da diretoria do Sabiá e representante também da Agroflor, apresentou o projeto e a linha do tempo do Sítio Feijão, na cidade de Bom Jardim. 

Agricultura urbana em pauta

Também no dia 21, houveram os “Barracões de Saberes”, que reuniram grupos para discutir e apresentar trabalhos sobre temas específicos. Aniérica Almeida, coordenadora Técnico-Pedagógica do Sabiá, esteve presente no Barracão da Agricultura Urbana (AU). Enquanto isso, as juventudes participaram do barracão “Juventudes e Agroecologia”.

Na ocasião, estava presente o Coletivo Nacional de Agricultura Urbana – CNAU e representantes do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). As demandas e prioridades para a política de agricultura urbana nas grandes cidades foi o centro do debate. 

O próximo encontro nacional da agenda também foi abordado. Segundo Aniérica, “Ficou encaminhado a realização do 2º Encontro Nacional de Agricultura Urbana, e nós,  de Pernambuco, fizemos a provocação para que ele aconteça no Nordeste, porque aqui , a agricultura urbana pulsa, apesar da invisibilidade e falta de políticas públicas.” 

Foram apresentadas as experiências da Horta Popular Agroecológica Dandara, que o Centro Sabiá assessora desde 2020, e da Horta Agroecológica da ocupação 8 de março, assessorada pela FASE. 

Além disso, o Centro Sabiá também teve oportunidade de apresentar estudo desenvolvido sobre a quantificação de serviços ambientais para o enfrentamento às mudanças climáticas, em 12 sistemas agroflorestais que possuem a assessoria do Sabiá. A pesquisa foi realizada em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e teve apoio de Terre Des Hommes. 

O 12º CBA se destacou pela sua diversidade e ocupou o Centro do Rio de Janeiro com muita agroecologia. “Esse foi um Congresso muito especial, pois ele acontece em um momento de muita importância para o nosso Brasil, um momento de reconstrução”, disse Aniérica Almeida sobre a importância do evento.

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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