Mudanças Climáticas e experiências de resiliência no Semiárido

Rosa Sampaio (Centro Sabiá) e Fabiana Coelho (CBNE2) | Comunicadoras da Articulação Semiárido Pernambuco

Foto: Thamires Lima | Diaconia
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A ASA-PE trouxe ao debate o contexto da crise climática na região semiárida com a oficina Mudanças Climáticas e Combate à Desertificação , facilitada por Riva Almeida, coordenadora Territorial do Pajeú do Centro Sabiá e pelo professor Genival Barros Júnior do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Práticas Agroecológicas do Semiárido (NEPPAS/UAST/UFRPE).

Riva esclarece sobre como ao longo dos anos essas mudanças vêm se dando, com  o aumento gradativo da temperatura na Terra e tem como consequências os desastres climáticos , como as estiagens prolongadas e os processos de desertificação nas regiões semiáridas. “Desertificação é a degradação da terra , mas não apenas a degradação do solo, mas também dos recursos hídricos, do bioma Caatinga e da qualidade de vida dos seres humanos e dos animais”.

Para o professor Genival, a desertificação não é apenas a ausência de água. “É a ausência de vida. Sem vida, não há água. Não há nada.” E explicou que as estatísticas mostram um aumento progressivo dos índices de aridez no nosso semiárido. “Mas as pesquisas também revelam que a utilização de tecnologias como os sistemas agroflorestais e o reuso de águas cinzas, graças à retenção de matéria orgânica, tem efeitos importantes na reversão deste quadro de extermínio”.

A ASA é construída por experiências e experimentos de agricultoras  e agricultores dos variados territórios do Semiárido. Em Pernambuco, ontem, foram apresentadas experiências de mulheres agricultoras agroecológicas de três territórios.

A primeira experiência foi da agricultora Maria Silvanete Lermen, da da Serra dos Paus Dóias, em Exu, Sertão do Araripe, que trouxe os seus saberes ancestrais junto com a natureza, por meio de práticas da agroecologia e do cuidado. “Os sistemas agroflorestais são também a recuperação de um saber ancestral. E quando eu potencializo este saber, estou potencializando minha identidade e a relação com meu território”.

Josilma Bertino, jovem agricultora do Sítio Sobrado, em Jataúba, no  Agreste pernambucano, trouxe a experiência da recuperação de nascentes no território, projeto realizado pelo Centro Sabiá com apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Fernando de Noronha. Josilma destaca a participação das jovens mulheres e o envolvimento das escolas da região também. “Nós tínhamos uma nascente onde, há muitos anos, não brotava um fio de água. Este ano, dois anos depois do início do projeto Águas da Serra, nós vimos a água brotar”.

A última experiência foi da agricultora Evanice Pereira , da comunidade de Gameleira, em Itapetim, no Sertão do Pajeú, que trouxe a experiência da Associação das Mulheres da Gameleira, com a auto organização das mulheres da comunidade, na produção e no uso das tecnologias. “ As mulheres não saíam de casa. Hoje a gente cuida da Caatinga porque ela também cuida da gente. O trabalho da Associação ajudou a empoderar as mulheres. E os maridos tiveram que aprender a botar a comida no próprio prato”.

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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