Agricultora agroecológica Joelma Silva recebe visita do programa Ecológica

joelma e equipe de tvAgricultora Joelma é entrevistada para o programa Ecológica / Foto: Acervo Centro Sabiá

Por Victória Ayres (Centro Sabiá)

A agricultora Joelma Silva, moradora da comunidade de Pedra Branca, em Cumaru, no Agreste, recebeu em sua propriedade no último dia 4 fevereiro a visita da equipe de produção do programa Ecológica, exibido pela Rede Brasil como parte da série “Impactos do Verão”, que tem como objetivo mostrar como a seca afetou e afeta regiões mais áridas. Joelma é assessorada pelo Centro Sabiá desde 2003 e participou de um intercâmbio de experiências agroflorestais no município de Bom Jardim; ela possui muita experiência em receber visitas que têm interesse em como o sistemas agroflorestais funcionam e como eles podem ser uma ferramenta de convivência com o Semiárido, além de atuar como multiplicadora de conhecimentos na comunidade onde mora.

Joelma falou um pouco de sua vida e explicou como tem vivido em uma região com pouca chuva e quais são suas estratégias de convivência com o Semiárido. Catarina da Angola, jornalista da assessoria de comunicação da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), acompanhou a equipe da Rede Brasil na visita. De acordo com ela, o canal de TV buscava realizar uma edição sobre as ações da ASA, quais são as previsões para 2014 e principalmente conversar com alguém assessorado pela organização, para melhor explorar os efeitos que o acompanhamento da instituição provoca na vida de agricultores e agricultoras como Joelma.

Mesmo vivendo em uma região muito seca, que nos últimos três anos não tem tido chuvas regulares, Joelma e seus dois filhos, Hugo e Henrique, continuam tendo boas perspectivas de vida em Cumaru. A família é proprietária de três vacas, que conseguem manter saudáveis graças à forragem feita com plantas da região, e, juntos, os animais produzem entre 45 e 50 litros de leite por dia.

hugo tirando leite                                                   Hugo ordenhando um dos animais que ajudam a produção familiar / Foto: Acervo Centro Sabiá

Durante a entrevista, também esteve presente Carlos Magno, coordenador local do Centro Sabiá na região do Agreste. Para ele, ocasiões como essa são importantes para desconstruir o conceito de Semiárido que existe no imaginário popular, pois geralmente a população imagina esta região como um lugar sem vida, seco, com muita pobreza, onde as pessoas que lá moram não possuem uma boa condição de vida e passam por muitas necessidades. “Historicamente, o Semiárido tem sido retratado revelando uma face muito negativa dessa região para o Brasil e para o mundo. Temos visto ao longo dos últimos cinquenta anos uma imagem sempre relacionada à seca, à fome, à miséria, ao analfabetismo”, explica ele.

A ASA foi criada em 1999, com o intuito de mudar a percepção que as pessoas tinham do Semiárido, inclusive mudar o que os próprios moradores dessa região acreditavam ser a representação de si mesmos. Ao longo desse processo, descobriu-se que a região possui uma rica cultura e conhecimento local, que precisam ser preservados e estimulados. Camponesas como Joelma merecem visibilidade justamente para contribuir com essa reconstrução da ideia de Semiárido.

Nessa perspectiva, programas como o Ecológica são cruciais para expressar a realidade da região que, nesse caso, é a realidade da família de Joelma em Cumaru. 


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Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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