Ocupe Campo-Cidade traz experiências agroecológicas para o Estelita
Arte de Raoni Assis para o Ocupe Campo/Cidade, que será realizado no dia 12 de abril, no Cais José Estelita
Por Eduardo Amorim (Centro Sabiá)
O agricultor e agricultora que vem do interior para a cidade vender um produto agroecológico realiza semanalmente um percurso vital para ele que mora no campo, mas também para a população urbana. O diálogo desse produtor, preocupado muitas vezes com o uso sustentável e a exploração da terra rural, com os movimentos urbanos e outros grupos que mobilizam a cena de comunicação e cultura no interior e na cidade é um dos principais objetivos do Centro Sabiá ao decidir fazer um chamamento para participação e organização do Ocupe Campo-Cidade.
O Movimento #OcupeEstelita se tornou uma das principais referências de luta pelo direito à cidade em Pernambuco nos últimos anos. Organizado de forma horizontal, os jovens chegaram a ocupar a área do Cais José Estelita por mais de 50 dias, até serem expulsos em ação violenta da Polícia Militar. E o grito deles não foi silenciado nem mesmo pelo fato da operação ter sido realizada no dia de um jogo do Brasil na Copa do Mundo.
Um velho lema da luta social afirma “SE O CAMPO NÃO PLANTA, A CIDADE NÃO JANTA”. A frase revela um tanto da relação entre as zonas rurais e urbanas, mas é preciso estender esse entendimento para questões relevantes como a pluralidade na cultura, a luta das mulheres, índios, negros, LGBT, do direito à comunicação, da agroecologia e a reforma política. O Centro Sabiá, por isso, uniu as mãos com essa juventude que se identifica com o Movimento Ocupe Estelita (MOE) e organizações sociais como o Movimento Sem Terra, Comissão Pastoral dos Pescadores, NAC-UFRPE (Núcleo de Agroecologia e Campesinato) para se encontrar no Cais José Estelita, no dia 12 de abril de 2015.
O Ocupe Campo-Cidade terá, além das atrações tradicionais dos #OcupeEstelita, uma feira agroecológica unindo agricultores da Mata Sul, Norte e do Agreste. Mas as oficinas e atrações culturais também serão voltadas para as questões que envolvem o universo rural, especialmente as que têm relações com a vida na cidade, como a luta por terra, o plantio de sementes nativas e de plantas que se adaptem ao clima das diversas regiões e as atrações musicais terão foco na cultura popular.
Mesmo o contemporâneo, será apresentado com tema rural, como no espetáculo do grupo Magiluth, que encenará a peça Luiz Lua Gonzaga como parte da programação do Festival Trema, no Ocupe Campo/Cidade. Além deles, será realizada uma mostra de vídeos e entre as atrações haverá também shows dos Mestres Zé Negão e Valmir. Assista ao cordel/convite recitado pelo técnico do Centro Sabiá Caio Meneses aqui.
Serviço:
Ocupe Campo/Cidade, a partir das 13h, do próximo domingo (12), no Cais José Estelita (Recife).
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