Projeto “Águas do Céu” recuperou 24 nascentes na Zona da Mata

por Alex Carvalho (Centro Sabiá)

Matas ciliares são aquelas que protegem rios e nascentes contra os efeitos de erosão. Sem a presença das matas podem ocorrer: a escassez de água ou ressecamento dos olhos d’água; as terras das margens ficam sem apoio e acabam caindo diretamente dentro do rio, tornando-o barrento; a água da chuva que escoaria sobre a superfície não conseguiria infiltrar o solo e ficar armazenada no lençol freático, entre diversos outros problemas.

O Assentamento Amaraji, localizado em Rio Formoso, na Zona da Mata, por muito tempo, foi usado na produção da monocultura de cana-de-açúcar e nela se encontravam 42 nascentes que sofreram com os danos do desmatamento. Nesse contexto, o projeto Água dos Céus tinha como finalidade recuperar 24 nascentes, com o reflorestamento do entorno das nascentes com plantas nativas, trabalhando com os princípios da agrofloresta.

Joselânea Gomes, agricultora que faz parte de uma das famílias ligadas ao projeto, comenta, no vídeo Águas do Céu, sobre a necessidade de implantar essa cultura de reflorestamento na região. “Aquela água que nasce lá sai corrente pelo riacho e chega até outras parcelas. Acho que esse projeto é de imensa importância não só para nós famílias dessa parcela, como para todo o assentamento.”

A metodologia usada no projeto surgiu da discussão com as famílias participantes. Intercâmbios e oficinas foram realizados para a troca de conhecimento com o objetivo de haver um entendimento de como pode funcionar essa preservação de nascentes e por fim obter uma fonte de água segura para o ano todo. Outras atividades desenvolvidas pelo projeto foram a implantação de viveiros de mudas e mutirão para o replantio da agrofloresta.

Wellington Gouveia, técnico do Centro Sabiá, ainda destaca mais uma característica do projeto: “Outro fator importante no projeto Águas do Céu é a existência dos jovens guardiões, incentivando a participação dos jovens. Eles assessoram as famílias agricultoras com a finalidade de identificar quais os problemas que as famílias agricultoras enfrentam, eles cuidam de dar continuidade a diversidade de espécies de plantas na agrofloresta.”

“A longo prazo estamos esperando que mais nascentes sejam recuperadas, além de tornar esta ação uma política publica. Com a recuperação das nascentes, temos visto que as famílias estão participando mais das atividades dentro da comunidade, reuniões da associação, mutirões de implantações de SAF’s e envolvimento em todo o processo de beneficiamento de frutas e mel”, completa Wellington.

O projeto foi realizado com o apoio da Caixa Econômica Federal, por intermédio do Fundo Socioambiental. Também estavam entre os parceiros, que contribuíram com o Centro Sabiá, a Prefeitura de Rio Formoso e a CPRH, através da APA de Guadalupe.


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