Ato marca Dia Internacional da Luta contra os Agrotóxicos

foto ato
O ato foi realizada em frente ao Mercado de São José, em Recife e reuniu denúncia e manifestações artísticas

 

por Alex Carvalho (Centro Sabiá)

Apesar de forte chuva, na manhã desta quarta-feira, 3 de dezembro, foi realizado um ato em frente ao Mercado de São José contra o uso de agrotóxicos. A ação não foi isolada, por todo o Brasil vários atos semelhantes foram realizados para lembrar o Dia Internacional de Luta contra os Agrotóxicos, que foi criado para relembrar a morte de 30 mil pessoas, muitas delas crianças, na catástrofe de Bhopal, Índia, em 1984. Na tragédia, vazaram 27 toneladas de um gás tóxico utilizado na elaboração de agrotóxicos da Corporación Union Carbide, em uma zona densamente povoada. Embora 560 mil pessoas continuem com sequelas do acidente, até hoje a corporação, incorporada a Dow Química, não indenizou as vítimas.

Talles Reis, do MST, falou um pouco sobre a realização do ato: “Nós estamos aqui enquanto Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela vida, que é uma frente que envolver várias organizações, movimentos sociais, ONGS para justamente fazer o diálogo com a sociedade sobre os impactos do agronegócio, através do uso de agrotóxicos. Para nós também termos um contato com a população de conscientização para realmente denunciar muitos alimentos que compramos nos mercados são contaminados por agrotóxicos.”

Em um primeiro momento foi realizada uma intervenção artística em forma de esquete teatral, realizada por integrantes do Movimento Teatro Popular de Pernambuco. Na história, encenada pelo grupo, um poderoso agroprodutor não para de pulverizar sua plantação com agrotóxicos. Lucas José, um dos integrantes do grupo, falou da importância dessa integração entre teatro e movimentos sociais: “O nosso grupo já tem uma longe parceria com o MST, com o Centro Sabiá nesse tipo de ações e nós estamos sempre engajados nessa luta pela saúde, pela boa alimentação, pelo não uso de agrotóxicos. Então não é de agora que nós vemos fazendo esse tipo de ação. E nós do teatro temos a plena consciência que precisamos nos envolver com outros movimentos sociais para termos melhores políticas públicas e melhor qualidade de vida para todo mundo.”

Outro dado importante é que o Brasil é o país campeão no uso de agrotóxicos, e também de alimentos transgênicos. Para se ter uma idéia é usado mais de um bilhão de litros de agrotóxicos por ano, e em média cada brasileiro consome 5,5 litros de veneno por ano, através de alimentos produzidos com agrotóxicos.

Uma das pessoas que acompanharam o ato foi Sandra Silva, cabeleireira da cidade de Sirinhaem que falou um pouco sobre o que viu: “A manifestação é interessante, é muito importante para fazer com que as pessoas entendam qual o perigo na questão dos agrotóxicos. Eu moro em uma região em que eu graças a Deus eu tenho o acesso a alimentos sem agrotóxicos, e a gente percebe a diferença nas frutas e verduras. E por isso eu tento não consumir esses tipos de produtos.”

Talles ainda ressalta: “A gente está aqui pra fazer justamente esse dialogo com a sociedade e dizer que existe outro tipo de alimentação, baseada na agroecologia, na produção da agricultura familiar e outras relações sociais de produção.” Por último aconteceu uma distribuição de panfletos dando mais detalhes sobre o uso de agrotóxicos no país e o endereço de feiras que vendem produtos orgânicos e agroecológicos.


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