Segunda turma de multiplicadores do projeto Florestação inicia o curso de formação sobre agroflorest
Dia de campo na comunidade serrana de Santo Amaro, em Itapipoca
por Amanda Sampaio (comunicadora do Cetra)
Entre os dias 19 e 21 de setembro, em Itapipoca (CE), a segunda turma de multiplicadores em manejo sustentável de agroecossistemas do projeto Florestação iniciou o primeiro módulo da sua formação em Sistemas Agroflorestais. A formação da segunda turma, que conta com 29 agricultores e agricultoras e oito módulos de formação no total, é uma parceria entre o Centro Sabiá, de Pernambuco, e o CETRA. Para o primeiro módulo de formação sobre agrofloresta, o Florestação contou com a facilitação de Alexandre Pires, do Centro Sabiá.
A primeira discussão do curso foi sobre a construção da imagem do Nordeste e dos nosdestinos/as pelo senso comum e sobre a desconstrução desse imaginário. “Você aprende que na cidade é que é bom. A nossa educação é muito precária nesse assunto. Se soubermos trabalhar a área, o bom mesmo é ficar no nosso interior!”, disse o agricultor multiplicador Manoel Pereira. Foi abordada também a preservação do conhecimento popular como resistência contra as iniciativas de “modernização” do campo que propõem sementes transgênicas, agrotóxicos, entre outros. Partindo da experiência em trabalhar com agricultores e agricultoras experimentadores, Alexandre trouxe o ensinamento do agricultor pernambucano seu Jones, que diz que “pra se fazer agrofloresta não há melhor escola que observar a natureza”.
E, seguindo o ensinamento dos agricultores/as experimentadores/as, o primeiro módulo contou com um dia de campo em quatro áreas localizadas na serra e no litoral de Itapipoca. A tarefa era observar o solo, as plantas, os animais, o manejo da área, coletar sementes, entre outras. Na socialização do dia de campo, a sala do curso parecia uma grande feira agroecológica tamanha era a diversidade de sementes, frutos e solos coletados. Além das discussões sobre agrofloresta, o curso trouxe também discussões como a luta pela terra e a necessidade de pautar a reforma agrária.
Agrofloresta = agricultura na floresta!
Afinal, “isso [reforma agrária] faz parte da luta contra o agronegócio”, afirmou Alexandre Pires. E complementou: “Não adianta fazer agrofloresta se ela não estiver casada com a luta pela terra, pela água”. Foram apresentados ainda dados sobre a agricultura não familiar e a agricultura familiar que, apesar de ocupar menos terra e receber menos investimento estatal que a agricultura não familiar, gera mais empregos e produz mais alimentos que estão diretamente na mesa dos brasileiros.
O curso contou ainda com uma gincana agroecológica que aconteceu durante todo o curso e foi apresentada na noite cultural. Os/as multiplicadores/as fizeram paródias sobre o Florestação, mascotes e fantasias com materiais reaproveitados. O primeiro módulo de formação da segunda turma de multiplicadores/as foi permeado por muita animação, alegria e vontade de aprender e compartilhar os princípios e ensinamentos da agroecologia.
Acesse o blog do projeto Florestação para saber mais através do link! http://www.cetra.org.br/florestacao/
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