A sistematização de experiências e o olhar das famílias agricultoras
Jornada de Sistematização do Centro Sabiá no território do Agreste debateu o processo de sistematização de experiências e o seu significado para as famílias agricultoras
Por Sara Brito (Centro Sabiá)
Entre os dias 27 e 29 de agosto aconteceu, em Caruaru, Agreste de Pernambuco, um momento de reflexão e produção de sistematização de experiências. Foi a Jornada de Sistematização do território do Agreste, organizada pelo Centro Sabiá, com participação de jovens e de técnicos e técnicas da organização. O objetivo da Jornada era a construção coletiva do processo de sistematização de experiências de famílias agricultoras e dos Boletins Candeeiros, que sistematizam experiências de famílias assessoradas por organizações que trabalham com o Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2), da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA).
No primeiro dia da Jornada foram discutidas questões referentes ao processo da feitura de sistematizações. O que é e qual o objetivo dos boletins e banners que seriam sistematizados. O Boletim Candeeiro e os banners são materiais para a família sistematizada, por isso elas que devem dizer o que querem que apareça neles. Toda a equipe do Centro Sabiá no Agreste participou da Jornada. “Eu acho que foi de suma importância esse momento que tivemos de parar a equipe, de parar para reunir os jovens para discutirmos os boletins anteriores que vínhamos fazendo”, comenta JúlioValério, técnico do Centro Sabiá no Agreste.
No trabalho em grupo foram discutidas as características que faltavam nos boletins e banners anteriores para que o material fosse realmente apropriado pelas famílias. “Ler, revisar, dar uma olhada crítica, vimos que tinha muitos pontos positivos, mas também muita coisa a melhorar. Foi uma questão de esclarecimento sobre qual o Boletim que a gente quer que seja feito e como vai ser feito”, explica Júlio. Para ele, foi essencial também destacar o protagonismo dos agricultores e agricultoras dentro das sistematizações. “Às vezes vemos um texto sobre um agricultor, mas quem protagoniza é uma ação, um programa. Por exemplo, a cisterna, se você for olhar muitos boletins falam da cisterna como um divisor de águas na vida do agricultor. Sabemos que ela tem uma importância, mas que o agricultor antes dela já vinha fazendo um trabalho. E às vezes nos boletins a gente não visualiza isso, e sim só o trabalho após a construção de uma tecnologia”, completa ele.
No segundo dia da Jornada todos foram a campo para fazer as visitas e trabalhar nas sistematizações. Discutir com as famílias sobre os seus objetivos e histórias de vida e fazer os registros fotográficos necessários para os materiais. O objetivo foi escutar, ficar por dentro do que a família estava interessada em passar, fugir de um modelo já pronto de sistematização.
“Você chega na casa do agricultor que vem trabalhando, fazendo agricultura de forma agroecológica, respeitando o meio ambiente, não queimando, não usando veneno durante uma vida todinha. Depois dessa capacitação a gente vai pra campo com a mente mais aberta para focar nessas questões, a história toda da família, não só uma pequena parte que vem depois de uma tecnologia”, explica Júlio.
No terceiro dia todos e todas se reuniram para colocar no papel e apresentar o que tinham visto e ouvido. Foi debatida também a importância da sistematização para as famílias agricultoras, que precisam se ver representadas no material que lhes será entregue ao fim do processo. “Acho que para eles e elas quando voltar essa sistematização com certeza vai terá um valor maior, porque vão se ver dentro daquela história, vão poder olhar depois pra um contexto do que viveram e onde estão hoje, na agricultura e naquela região, naquela comunidade”, conclui Júlio.
Jornada de Sistematização do Centro Sabiá no território do Agreste debateu o processo de sistematização de experiências e o seu significado para as famílias agricultoras
Por Sara Brito (Centro Sabiá)
Entre os dias 27 e 29 de agosto aconteceu, em Caruaru, Agreste de Pernambuco, um momento de reflexão e produção de sistematização de experiências. Foi a Jornada de Sistematização do território do Agreste, organizada pelo Centro Sabiá, com participação de jovens e de técnicos e técnicas da organização. O objetivo da Jornada era a construção coletiva do processo de sistematização de experiências de famílias agricultoras e dos Boletins Candeeiros, que sistematizam experiências de famílias assessoradas por organizações que trabalham com o Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2), da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA).
No primeiro dia da Jornada foram discutidas questões referentes ao processo da feitura de sistematizações. O que é e qual o objetivo dos boletins e banners que seriam sistematizados. O Boletim Candeeiro e os banners são materiais para a família sistematizada, por isso elas que devem dizer o que querem que apareça neles. Toda a equipe do Centro Sabiá no Agreste participou da Jornada. “Eu acho que foi de suma importância esse momento que tivemos de parar a equipe, de parar para reunir os jovens para discutirmos os boletins anteriores que vínhamos fazendo”, comenta JúlioValério, técnico do Centro Sabiá no Agreste.
No trabalho em grupo foram discutidas as características que faltavam nos boletins e banners anteriores para que o material fosse realmente apropriado pelas famílias. “Ler, revisar, dar uma olhada crítica, vimos que tinha muitos pontos positivos, mas também muita coisa a melhorar. Foi uma questão de esclarecimento sobre qual o Boletim que a gente quer que seja feito e como vai ser feito”, explica Júlio. Para ele, foi essencial também destacar o protagonismo dos agricultores e agricultoras dentro das sistematizações. “Às vezes vemos um texto sobre um agricultor, mas quem protagoniza é uma ação, um programa. Por exemplo, a cisterna, se você for olhar muitos boletins falam da cisterna como um divisor de águas na vida do agricultor. Sabemos que ela tem uma importância, mas que o agricultor antes dela já vinha fazendo um trabalho. E às vezes nos boletins a gente não visualiza isso, e sim só o trabalho após a construção de uma tecnologia”, completa ele.
No segundo dia da Jornada todos foram a campo para fazer as visitas e trabalhar nas sistematizações. Discutir com as famílias sobre os seus objetivos e histórias de vida e fazer os registros fotográficos necessários para os materiais. O objetivo foi escutar, ficar por dentro do que a família estava interessada em passar, fugir de um modelo já pronto de sistematização.
“Você chega na casa do agricultor que vem trabalhando, fazendo agricultura de forma agroecológica, respeitando o meio ambiente, não queimando, não usando veneno durante uma vida todinha. Depois dessa capacitação a gente vai pra campo com a mente mais aberta para focar nessas questões, a história toda da família, não só uma pequena parte que vem depois de uma tecnologia”, explica Júlio.
No terceiro dia todos e todas se reuniram para colocar no papel e apresentar o que tinham visto e ouvido. Foi debatida também a importância da sistematização para as famílias agricultoras, que precisam se ver representadas no material que lhes será entregue ao fim do processo. “Acho que para eles e elas quando voltar essa sistematização com certeza vai terá um valor maior, porque vão se ver dentro daquela história, vão poder olhar depois pra um contexto do que viveram e onde estão hoje, na agricultura e naquela região, naquela comunidade”, conclui Júlio.
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