Feira agroecológica de Serra Talhada completa 14 anos
Feira Agroecológica de Serra Talhada completa 14 anos com festa / Foto: Ascom CECOR
Por Victória Ayres (Centro Sabiá)
No último dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Feira Agroecológica de Serra Talhada (FAST) completou 14 anos de atuação. A princípio, a feira havia sido pensada em parceria com diversas organizações, entre elas a Diaconia, o Cecor, o Centro Sabiá, além de alguns sindicatos da região. As famílias agricultoras não eram apenas das comunidades de Serra Talhada, mas dos municípios próximos também, tais como Triunfo, Santa Cruz da Baixa Verde, Mirandiba, entre outros.
Com o passar do tempo, a feira de Serra Talhada, pioneira na região do Sertão, foi estimulando o surgimento de outras feiras em outras cidades. De acordo com Rivaneide Almeida, coordenadora local do Centro Sabiá no Sertão, no princípio da feira, os/as agricultores/as enfrentaram diversas dificuldades e barreiras, sendo uma delas a escolha do espaço a ser utilizado, “Houve um embate muito forte com a prefeitura e só depois de um diálogo com os gestores públicos, é que eles conseguiram ocupar o espaço da praça Sérgio Magalhães”, explica ela.
Agora, os/as agricultores/as que participam da feira já possuem um alto grau de autonomia. Já se organizam e se articulam, de forma autônoma e possuem um poder de decisão bastante sólido, o que ajudou no processo de enfrentar as dificuldades durante a seca dos últimos três anos, e se reinventar para continuar atuando na feira. Hoje, há em torno de vinte famílias que comercializam diretamente seus produtos no local. Como alguns agricultores e agricultaras trazem a produção de outras famílias que não vêm para a feira, esse número aumenta. “Indiretamente o número de participação praticamente dobra, utilizando essa estratégia, os agricultores e as agricultoras conseguem reduzir os custos de comercialização”, explica Rivaneide.
Considerando as formas que o agronegócio e a indústria alimentícia atuam, a feira de Serra Talhada, assim como muitas outras feiras de produtos agroecológicos, é um espaço de resistência, que funciona como alternativa aos grandes conglomerados alimentícios. A comercialização é vista por uma perspectiva mais humana, já que se adquirem os produtos diretamente do/a agricultor/a, sem o intermédio de um atravessador, valorizando o trabalho da família camponesa. Além de representar uma força política divergente do agronegócio, as feiras terminam por se transformar em espaços culturais de convivência. “As pessoas se encontram para conversar com os agricultores e as agricultoras, a feira é um espaço de socialização das questões do município, se transformou em um espaço de articulação entre as pessoas”, diz Rivaneide.
Saiba mais sobre o aniversário da FAST em matéria no site do CECOR!
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