Dia Nacional da Caatinga serve de reflexão

Da caatinga só resta 50% do que havia originalmente, e desses, menos de 1% está
protegido em unidades de conservação / Foto: Sara Brito

por Victoria Ayres (Centro Sabiá)

A caatinga é o único bioma 100% nacional e cobre parte do território de dez estados brasileiros, em tupi-guarani, caatinga significa “mata branca”, uma alusão à aparência dessa vegetação durante as estações secas. A área ocupada por esse bioma era de 740 mil km² e, infelizmente, só resta cerca de 50% do que havia orginalmente, além disso, menos de 1% está protegido em unidades de conservação.

Hoje, 28 de abril, é o Dia Nacional da Caatinga, uma data para simbolizar os movimentos em defesa desse patrimônio natural do Brasil. “A caatinga é um bioma ainda muito pouco preservado, pouco cuidado. Na região do Araripe, por exemplo, mais de 80% da caatinga já foi alterada”, explica o coordenador da CAATINGA, Giovanne Henrique. A data serve não para comemorar, mas para refletir sobre os impactos que esse ecossistema vem sofrendo e como é possível alterar o cenário de hoje. Com uma vegetação composta por cactáceas e arbustos espinhosos, a caatinga é atualmente o bioma mais ameaçado no Brasil, pois por centenas de anos, seu solo foi usado inadequadamente e, agora, o principal uso da sua vegetação é a derrubada das árvores para obter lenha e produzir energia.

“É importante destacar que a caatinga é muito rica em diversidade de plantas, que possuem vários usos, tais como forragem, plantas medicinais, entre outros”, ressalta Giovanne. Por muito tempo a imagem da caatinga foi negativa, sempre associada à pobreza e à seca, mas esse bioma possui muita riqueza e, se bem tratado, pode ainda oferecer muito ao homem.