Encontro Territorial de Jovens Rurais do Agreste de Pernambuco debate sobre desafios e estratégias d

Jovens no Santuário das ComunidadesJovens rurais se reúnem para debater direitos no Agreste pernambucano

 

Por Gildo José, Josilma Farias e Hugo Felipe (Jovens Multiplicadores de Agroecologia)

Nos dias 24 e 25 de julho de 2014 aconteceu, no Santuário das Comunidades, em Caruaru, um encontro de formação com jovens rurais. Com o objetivo de promover e ampliar a reflexão crítica com base nos direitos humanos, debatendo a fundo aspectos relacionados ao direito à água, à terra e à educação, os jovens prosearam sobre suas realidades para chegar ao ponto de maior ênfase, que é a ativa participação política.

O encontro foi iniciado com uma dinâmica para descontrair e integrar os jovens a este espaço de formação. Depois desse momento muito divertido, começou a roda de diálogos. No primeiro momento falou-se sobre ser ou estar jovem. Os/as participantes refletiram que ser jovem é ter opinião, atitude, coragem, alegria, união, força, etc. Também foram formados grupos para responder as seguintes questões: Quais são os desafios de ser um/a jovem na zona rural? O que motiva a juventude a permanecer no campo?

Apesar de já existirem políticas públicas direcionadas à juventude – e não é que a juventude não esteja procurando -, a burocracia e também a falta incentivo para as famílias ficarem no campo são grandes desafios para os jovens. Se para os homens camponeses essa situação é difícil, para os jovens e para as mulheres é mais difícil ainda. Pais que não incentivam os filhos a permanecerem no campo e a cultura patriarcal, que não valoriza o trabalho das mulheres nem dos jovens, também se somam a essa realidade. Mesmo assim, a vida mais saudável, sossegada, a pureza do campo e a esperança de um mundo melhor é o que incentiva os jovens a ficarem no campo.

Phillyp Bezerra, jovem do movimento Levante Popular, explicou aos jovens o que é o Plebiscito Popular Por Uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, o processo histórico da última constituinte e pudemos perceber que não temos o direito de sermos ouvidos para que possam saber das nossas necessidades. Nas mini oficinas, que são denominadas de carrossel de experiências, discutimos muito sobre água, educação e terra, e vimos que precisamos de muita coisa nestas três esferas. Na análise da jovem Erica, do município de Frei Miguelinho, fica clara a importância e o conhecimento que foi adquirido neste encontro: “Foi muito proveitoso pois pude adquirir conhecimentos, e saber que tem sim projetos pra juventude rural, e, bom, pra mim e para os outros jovens, é muito bom ter conhecimento”, disse.

Saímos desse encontro com muitas coisas em mente pra fazer nos nossos municípios. Cada um de acordo com sua realidade, sabemos que ser do campo não á fácil, mas com toda dificuldade a vida no campo ainda á melhor que a vida na cidade. Estamos lutando para permanecer no campo com uma vida digna e saudável, sem ter medo de viver e tendo a oportunidade de conhecer coisas novas, e saber que no meio deste mundo tão grande, onde nos sentimos pequenos, tem muita gente como nós, mas juntos somos fortes.

Há fatos que nos preocupam, como jovens rurais que querem ficar no campo. Essa é uma realidade preocupante, pois o jovem do campo não tem conhecimento das poucas políticas públicas que dão condições de permanecer no campo, ainda que elas possam oferecer muitas oportunidades, como por exemplo cursos profissionalizantes voltados pro meio rural. Muitos jovens vão embora para grandes cidade na esperança de conseguirem um bom emprego, e de até estudar, mas não conseguem associar trabalho e estudo e ficam só com o trabalhos.

Os jovens agricultores ainda tem poucos espaços, no entanto, aos poucos vamos mudando essa realidade, pois temos parceiros como o Centro Sabiá, que se interessa por essa juventude rural, e tem o apoio de outras instituições como Habitat para a Humanidade e ActionAid, que tem como objeto melhorar a vida e mostrar boas alternativas para a juventude permanecer no campo.

 

 

 

 


Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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