Aprendendo a trabalhar em grupo através de intercâmbio com Bancos de Sementes

Por Kátia de Andrade Nobrega (Jovem Multiplicadora de Agroecologia do Sitio Gavião, Cumaru)

Nos dias 10 e 11 de março de 2016, participamos de um intercâmbio sobre Banco de Sementes, em Alagoas. Nosso grupo contou com a presença de 7 jovens, 2 homens e 5 mulheres, sendo 3 técnicos do Centro Sabiá e 4 participantes da Comissão de Jovens Multiplicadores de Agroecologia (eu sou uma das jovens), tivemos a participação de 9  mulheres e 9 homens agricultores/as dos municípios de Bom Jardim, Casinhas, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Panelas, Cumaru, Garanhuns, São João e Angelin. 

No primeiro dia nós visitamos a casa do senhor Sebastião, no Sítio Cabaceiro, município de Santana do Ipanema, Alagoas.  Nessa visita tivemos a oportunidade de conhecer um pouco da história de seu Sebastião, onde ele compartilhou sua experiência sobre importância que o Banco de Sementes tem na vida dos agricultores/as e o valor de estar associado à associação da Comunidade. O mesmo já participou de 3 intercâmbios internacionais e hoje participa de uma cooperativa de banco de sementes da região (COPPABACS). 

Nesse mesmo dia fomos também ao Sitio Camuchinga, município de Santana do Ipanema, na casa de José Nilton. Na sua comunidade existe um Banco de Sementes que funciona desde 1991, tendo hoje 18 sócios da comunidade e 80 pessoas envolvidas. Conhecemos um pouco da experiência de seu José na administração do Banco de Sementes, o mesmo falou sobre a importância de trabalhar em grupo, pois com isso alcança-se os objetivos da comunidade tendo em vista que com as reivindicações individuais não se obtém maiores êxitos, além de que, na comunidade existe a partilha de experiências e recursos. 

No segundo dia visitamos o assentamento Maria Bonita, que tem 80 famílias assentadas. Marcos do MST (Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra) é um dos que ajuda a coordenar a apicultura e contou um pouco sobre como eles se organizam no trabalho coletivo. Diz ele que todos juntos em busca de um objetivo fica mais fácil de conseguir. Além de Marcos, conhecemos uma mulher que falou do trabalho desenvolvido na comunidade com bolos e artesanatos, também um trabalho coletivo que envolve as mulheres da comunidade. 

Para mim esse intercâmbio foi muito bom, porque eu aprendi como trabalhar com as pessoas e em grupo. E uma coisa que me chamou a atenção foi a pouca participação das mulheres das comunidades visitadas, que aconteceu em número reduzido, tendo em vista que apenas uma mulher se apresentou e falou de sua experiência na comunidade.      

 

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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