Série SAN nas Escolas: o Programa de Cisternas

O Canto do Sabiá começa hoje a série SAN (Segurança alimentar e nutricional) nas Escolas. Com uma série de matérias vamos falar sobre o impacto do Programa Cisternas nas Escolas na saúde das crianças e escolas do Semiárido.


Foto: Acervo Centro Sabiá

Por Sara Brito (Centro Sabiá)

O Programa Cisternas nas Escolas  executado somente pelo Centro Sabiá construiu tecnologias de armazenamento de água em 83 escolas de 8 municípios do Agreste pernambucano. Escolas municipais de Santa Maria do Cambucá, Bom Jardim, Passira, Cumaru, Panelas, Jataúba, Brejão e Bom Conselho receberam cisternas de 52mil litros, estratégia fundamental para garantir às crianças o direito à água de qualidade, aumentando assim a frequência e o desempenho dos alunos. Com as cisternas, as escolas têm a garantia de funcionamento mesmo nos períodos mais secos, de estiagem. 

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) reconhece e legitima as cisternas como elemento de segurança hídrica e alimentar. O ganho mais notável se percebe no incremento na segurança alimentar e nutricional dos estudantes, pois a oferta de água potável possibilita a muitas escolas preparar a merenda no próprio local, e com alimentos colhidos diretamente da horta escolar possibilitada pela cisterna.  

A proposta do Cisternas nas Escolas vai além de proporcionar à escola uma forma de armazenamento de água da chuva. “Há o componente capacitação, onde funcionários das escolas e professores participam de cursos de gerenciamento hídrico e de oficinas de Educação Contextualizada. A ideia é estimular os profissionais das escolas a trabalharem o conhecimento a partir da realidade que vivem os alunos, valorizando essa realidade, e construindo o conhecimento com aquilo que já se conhece, sendo desafiado pela realidade onde estão inseridos”, diz Rafael Neves, coordenador do Cisternas nas Escolas na ASA Brasil. 

Nos oito municípios que receberam o Programa através da ação do Centro Sabiá foram capacitados/as 139 professores/as na Oficina de Educação Contextualizada no Semiárido, além de 112 merendeiras na capacitação de Gerenciamento de Recursos Hídricos Escolar (GRHE). Além de abordar a gestão da água e os cuidados com a cisterna para se garantir uma água de qualidade e os problemas que a comunidade no entorno enfrentam com relação a esse recurso, a formação em GRHE aponta para a segurança alimentar, a agricultura familiar e a qualidade das merendas nas escolas.

Também é abordado na formação o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que determina que no mínimo 30% do valor repassado para estados e municípios deve ser utilizado na compra de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar. Conhecendo a produção local das famílias agricultoras e a importância de uma alimentação saudável para a saúde das crianças, as merendeiras dispensam uma atenção maior para a produção dos alimentos.

 

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Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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