Um Fórum em defesa da Água
O Fórum Alternativo Mundial da Água é pelo direito e universalização do acesso à água
Por Laudenice Oliveira
O Fórum Alternativo Mundial da Água (Fama) que acontece em Brasília na segunda quinzena de março, é uma organização da sociedade civil que defende que a água é um bem comum, um direito humano e não uma mercadoria para gerar lucro para grandes empresas. Ativistas de movimentos sociais e sindicais do Brasil e do exterior se reúnem em Brasília para se contrapor ao Fórum Mundial da Água, que realiza sua 8ª Edição aqui no Brasil, organizado pelo Conselho Mundial da Água, e que serve de balcão de venda das fontes de água do mundo inteiro a corporações como Nestlé e Coca-cola.
“O Fama pode cumprir um papel importante, porque é um Fórum alternativo, tem um conjunto de organizações e organismos internacionais que têm a preocupação com a água e a água é um tema importante para 100% do planeta”, explica Antônio Barbosa da Articulação Semiárido (Asa Brasil), uma das articulações que faz parte da coordenação nacional do Fama. Ele observa que esse Fórum não é financiado por corporações que têm interesse econômico nas fontes de água. “É importante dizer que é um Fórum garantido pelas pessoas e pelas organizações. Então, ele cumpre um papel importante e todo mundo que puder deve ir participar”, ressalta.
Estado e sociedade civil devem ser guardiões da água
Em todo o mundo meio milhões de pessoas morrem por ano devido ao consumo de água contaminada. Isso é provocado pela ação destruidora das atividades humana que desmata, polui rios e nascentes com uso de agrotóxicos, que não tratam os sistemas de abastecimentos de água e esgotamento sanitários. A apropriação da água para fins comerciais é desumana e agrava a escassez dela no mundo com sua má distribuição e gestão.
No documento de chamamento dos povos para participarem do Fama é ressaltada a defesa da água como bem comum. “Coletivamente rejeitamos o controle das empresas privadas sobre o patrimônio natural que é a água… Entendemos que é nosso dever e obrigação protestar contra a apropriação do mercado sobre um direito humano fundamental”, diz o documento. O coletivo do Fama defende que a universalização e o acesso a água com qualidade é dever do Estado com o controle social.
Enquanto em muitos países a privatização das águas estão sendo revertidas como nos estados Unidos, Alemanha, França, Bolívia Argentina, o Brasil quer privatizar para contemplar o agronegócio e as grandes empresas. O Fama questiona essa postura dos dirigentes brasileiros. “Esperamos que o Fama consiga elaborar, denunciar o que tá sendo tramado e apresente propostas para fortalecer as alternativas de uso coletivo da água, desse bem público”, ressalta Antonio Barbosa.
Alguns objetivos do FAMA
– sensibilizar e mobilizar a população sobre a problemática da água e do saneamento;
– denunciar a ilegitimidade do 8º Fórum Mundial da Água e responsabilizar governos pelo uso de recursos público para promover interesses privados;
– propor e cobrar ações para os governos, visando políticas públicas de pleno acesso á água e ao saneamento.
Programação e mais informação sobre o Fama, acesse: www.fama2018.org/programacao
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