II Encontro das Juventudes Rurais da Mata Sul de Pernambuco
Foto: Comissão de Jovens Multiplicadores da Agroecologia (CJMA)
Por: Ferreira Lima, jovem multiplicador da agroecologia na região da Zona da Mata e Nicleia Nogueira (técnica do Centro Sabiá)
Juventudes do campo, da cidade e dos povos tradicionais indígenas e quilombolas participaram do II Encontro das Juventudes Rurais da Mata Sul de Pernambuco, que aconteceu nos dias 24 e 25 de julho, na sede do Polo Sindical em Ribeirão (PE). O evento foi uma parceria entre o Centro Sabiá, Comissão de Jovens Multiplicadores/as da Agroecologia (CJMA), Diretoria de Juventude da FETAPE, Comissão de Jovens Rurais do Polo Sindical da Mata Sul, FOJUPE e FASE/PE. E contou com o apoio da Plataforma pela Reforma Política (União Europeia), especialmente a partir do apoio financeiro para o grupo Jovens Semeando Agroecologia nas Escolas e Comunidades (SAEC) e Terre des Hommes Schweiz (TDH).
Estavam presentes aproximadamente 60 jovens do campo e da cidade, teve representações das juventudes do povo indígena Xucuru de Ororubá do município de Pesqueira no agreste do estado, lideranças juvenis da Mata Sul, Rio Formoso, Palmares, Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, e jovens da região metropolitana do Recife. O objetivo do encontro foi discutir e montar estratégias de fortalecimento das comissões de jovens da Zona da Mata, onde trabalharam três temáticas: I) O fortalecimento do Fórum das Juventudes de Pernambuco com a participação das juventudes rurais; II) A condição juvenil em territórios rurais e periurbanos, pensando coletivamente em estratégias de atuação; e III) Evidenciar e levantar inquietações sobre o impacto da expansão urbana e industrialização no campo e na cidade. A partir da explanação das juventudes, percebe-se o tamanho dos impactos socioambientais, o desemprego e a pobreza que se encontra aquela região ocasionada pelo Complexo Portuário e Industrial, em SUAPE.
Foto: Comissão de Jovens Multiplicadores da Agroecologia (CJMA)
A persistência do modelo de produção capitalista tem tomado proporções sociais, politicas, ambientais e econômicas sem precedentes, expondo a vulnerabilidades a pessoa humana, em favorecimento e financeirização das grandes corporações do mercado. Um impacto numa área 13,5 mil hectares, em 25 engenhos, onde existem 7.000 famílias, sendo que mais de 500 já foram removidas de seus sistemas de produção agroextrativista, aumentando a violência – que põe o Cabo como a pior cidade para jovens negros e pobres viverem no Brasil (dados do IVJ – Índice da Violência Juvenil de 2015, Mapa da Violência 2017).
Mesmo que este cenário dramático já tenha sido internacionalmente denunciado, poucas e/ou nenhuma respostas se tem do Governo de Pernambuco, que ao mesmo tempo em que abre as portas do estado ao neodesenvolvimentismo, não dá conta da plena reconstrução das cidades atingidas por inundações nos últimos anos na região. Este foi o clima destes dois dias de trabalhos, reflexões e debates das juventudes. Na ocasião foi construída uma carta (http://www.centrosabia.org.br/assets/uploads/pdf/ynt2-carta_das_juventudes_da_zona_da_mata_sul_cabo_de_santo_agostinho_e_ipojuca___por_aqui_os_jovens_f.pdf) que pretende denunciar as violações vividas pelas juventudes e o objetivo é que esta possa chegar ao máximo de pessoas e coletivos possíveis. A partir das ações que eles e elas vem realizando em seus territórios, por meio dos grupos de base, das associações e sindicatos, dos conselhos municipais e outros.
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