A juventude não para: Mesmo com a pandemia, novos caminhos foram trilhados para a organização das juventudes no campo

Foto: Randy Augusto

A juventude não para: Mesmo com a pandemia, novos caminhos foram trilhados

para a organização das juventudes no campo

Por Felícia Panta e Josilma Farias, jovens multiplicadoras da agroecologia

O ano de 2020 não foi um ano fácil para ninguém, a pandemia do Covid-19 afetou toda a sociedade, e claro que com a agricultura familiar e a juventude do campo não seria diferente. Visando continuar com a mobilização das/os jovens, a Comissão de Jovens Multiplicadores/as da Agroecologia buscou outras alternativas e traçou novos caminhos para a auto organização e o trabalho não parou. As atividades foram realizadas em diversos formatos, sendo lives, vídeo chamadas, seminários online, dentre tantas outras formas de estar trabalhando junto mesmo estando separados. 

Já se sentindo um pouco mais seguros e mantendo as medidas de segurança, entre os meses de outubro e novembro foram realizadas atividades presenciais nos três territórios de atuação da CJMA. O grande mote para as atividades da CJMA de 2020 foi a comemoração dos 15 anos de existência do coletivo, não deixando de lado pautas importantes como as eleições municipais e uma análise da atual conjuntura vivenciada no país. Atividades de autocuidado foram o ponto auto dos encontros, onde os jovens puderam ter um momento para olhar para si mesmo e permitir relaxar mesmo neste período tão difícil.

Para comemorar e recordar os 15 anos de luta da Comissão, contamos com vários registros gráficos distribuídos em uma linha do tempo, além de depoimentos de alguns companheiros de luta que passaram por esse espaço e enveredaram por vários caminhos. Falas de Tone Cristiano, Nicléia Nogueira, Erison Martins, Kaká Gomes, Gideão Patrício e Hildezine dos Anjos, trouxeram muita emoção e ilustraram a luta das/os jovens, mostrando a importância da organização e apoio à juventude do campo.

Foto: Randy Augusto

Mas para manter a mobilização, é necessário planejar as ações futuras, então este momento foi utilizado para planejar e articular os próximos passos. E também, de adquirir novos conhecimento com oficinas de práticas agroecológicas realizadas nos municípios de Santa Cruz da Baixa verde (sertão) e Santa Maria do Cambucá (agreste), com agricultores beneficiários do projeto de RAC/SAF (Reuso de Água Cinza/ Sistema Agroflorestal), desenvolvido pelo Centro sabiá nos dois territórios. 

“Foi um grande desafio, neste contexto de pandemia, garantir que as atividades presenciais pudessem acontecer. Foi necessário reformular todo o projeto e todas as ações do mesmo, renegociar com o financiador, dialogar sobre a disponibilidade dos próprios participantes, pois no momento todos estavam aterrorizados e sem querer participar dos encontros. Depois da afirmativa dos jovens, e de todas as medidas de proteção planejadas, foi conversado com o financiador que acolheu a proposta de replanejamento que propomos, tornando assim, possível a realização dos encontros. Foi tudo lindo, realmente um sucesso. E ao meu ver foi o ponta pé inicial para que todos pudéssemos visibilizar os 15 anos da CJMA, nesta força que é este coletivo. Todos juntos e unidos por um mesmo objetivo.” Diz Janaina Ferraz, Assessora das Juventudes do Centro Sabiá.

Para Gildo José, jovem multiplicador da agroecologia, neste momento de pandemia é de extrema importância à juventude se manter organizada buscando novos conhecimentos, participando de atividades (em seus diversos modelos), pois são em tempos de dificuldades que encontramos a resiliência de todos os movimentos das juventudes, e isso tem ajudado a prosperar, manter a organização e união para fazer as coisas acontecerem em meio a tanto caos.