No grupo Mulheres Unidas, ninguém solta a mão de ninguém!

Valdirene Alves de Souza,
jovem multiplicadora da agroecologia, da comunidade Poço Grande no município de Flores/PE

Foto: Grupo de Mulheres Unidas

Somos o grupo mulheres unidas da comunidade Poço Grande, município de Flores no sertão do Pajeú. Nós buscamos força e resistência para nos mantermos vivas, especialmente com esse desgoverno e sociedade machista.

Nosso grupo já passou por muitas mudanças e vem se reinventando ao longo dos anos, na sua primeira formação que foi em 2010, tínhamos em torno de 20 mulheres, destas 5 recebiam assessoria técnica pelas chamadas de ATER do Centro de Educação Comunitária Rural (Cecor) e Centro Sabiá. Em 2015 o grupo se desmobilizou e passou dois anos parado. Em 2017 foi quando eu, Valdirene Alves, estava fazendo parte de um curso: Agroecologia e Cidadania desenvolvido pela UFRPE em parceria com o Centro Sabiá e PJR e na ocasião precisávamos desenvolver ações em nossas comunidades. Sendo assim, conversei com algumas jovens mulheres da comunidade e fiz a proposta de reativação desse grupo. Então, eu e Maria Uliane ficamos a frente dele e o mesmo passou a ter uma nova cara, atualmente são 11 mulheres sendo 3 jovens e as outras são mulheres adultas.

Em cinco anos desta nova formação, continuamos fazendo a alegria da criançada com distribuição de lanches e brinquedos no dia das crianças (ano passado conseguimos distribuir, mais de 70 sacolas em 3 comunidade) nós já somos reconhecidas por essa ação.  Atualmente nos reunimos uma vez por mês para debater assuntos de interesse ao grupo e fazer planejamento e uma vez por semana para fazer artesanato com material reciclado.

Foto: Grupo de Mulheres Unidas

Nós também promovemos ações de conscientização como, por exemplo, no mês de outubro fazemos palestras sobre violência contra a mulher e o direito das mesmas, favorecendo diálogos sobre como funciona a lei Maria da Penha e também contamos com presença de uma enfermeira explicando e orientado sobre o câncer da mama e útero. Atualmente temos conseguindo ocupar vários espeço na nossa comunidade e município, foi um grande recomeço. E levamos sempre conosco a frase “ninguém solta a mão de ninguém”.

“Eu me chamo Andreia Daniele, sou agricultora, tenho 39 anos, sócia e diretora de finanças do sindicato dos trabalhadores rurais de flores, sócia e diretora da associação de trabalhadores rurais do poço grande, uma das fundadoras do grupo de mulheres, na época que fomos assessoradas pelos técnicos do Cecor e Centro Sabiá. Tivemos muitos aprendizados, sou grata a todos que me ajudaram esse tempo onde tivemos essa assessoria pois nunca ninguém tinha olhado para nós como mulheres e agricultoras”.

“Sou Maria Uliane Alves, tenho 27 anos sou agricultora e presidenta da associação de moradores do poço grande.  O grupo de mulheres só veio a acrescentar na minha vida, pois me fez enxergar com outros olhos as lutas das mulheres, me fez perceber que juntas somos mais fortes, aprendi que uma pode ajudar a outra e assim (juntas) enfrentar essa sociedade machista e preconceituosa. O grupo também proporciona momentos de aprendizagem com oficinas de artesanato que servem tanto como terapia quanto uma renda extra a quem se interessa, então o grupo só veio a me fazer crescer enquanto pessoa”.

Que bom ter você por aqui…

Nós, do Centro Sabiá, desde 1993 promovemos a agricultura familiar nos princípios da agroecologia. Nossa missão é "plantar mais vida para um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e a cidadania". Seu apoio através de uma doação permite a continuidade do programa Comida de Verdade Transforma e outras ações solidárias e inovadoras junto ao trabalho com crianças, jovens, mulheres e homens na agricultura familiar.

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