Equipe do Centro Sabiá realiza mutirão agroecológico no Sítio São João, em Abreu e Lima
Primeira agrofloresta de Pernambuco recebe o Centro Sabiá para uma brigada de manejo agroflorestal
Bárbara Bittencourt
Estagiária de Comunicação do Centro Sabiá
Fotos: Tiago Salgueiro
O Centro Sabiá esteve presente no Sítio São João, comunidade de Inhamã, no município de Abreu e Lima, nos dias 10 a 12 de junho, para realizar uma brigada de manejo agroflorestal, atividade do projeto “Territórios Resilientes Ao Clima”, apoiado pela agência da cooperação alemã Misereor.
Considerada a primeira agrofloresta de Pernambuco, implantada em 1994, o Sítio de Lenir Pereira e Jones Severino (em memória) se tornou uma referência em Sistemas Agroflorestais (SAF). A região era antes um assentamento de reforma agrária, degradada pelo uso contínuo de práticas nocivas para o solo. Com o apoio do Centro Sabiá, a terra do casal viveu uma grande transformação: de um solo e cultivos degradados, para uma produção rica, de qualidade e respeitosa com os ciclos da natureza.
Trinta anos depois, o Sítio São João demonstra a importância das práticas agroecológicas para a convivência sustentável entre o ser humano e a natureza. Nas agroflorestas, existe uma relação de reciprocidade, de troca, na qual não há espaço para a exploração e exaustão da terra. São plantadas diversas espécies, que servem de cobertura umas para as outras, e seus restos servem de cobertura morta para nutrir o solo. Não se utilizam o fogo, o desmatamento e os venenos. O resultado é um sistema vivo, que se retroalimenta e também produz alimentos com excelência.
A brigada de manejo agroflorestal realizou a manutenção desse sistema, durante três dias, utilizando equipamentos que facilitam o seu manejo, como a motosserra, motopoda, roçadeira e tratorito. A experiência foi muito bem recebida pelos participantes da atividade, que reuniu desde a família de Dona Lenir e os técnicos do Centro Sabiá até amigos e voluntários.
Um deles foi Tiago Jatobá, agrofloresteiro, que retornou ao Sítio São João para ajudar na brigada. “Voltei para cá depois de muito tempo. É como se eu tivesse passado por vários lugares, aprendido várias coisas, para me preparar para esse dia. Para devolver, com minhas mãos e minha força, esse conhecimento impagável que Jones e Lenir me deram. Fazer parte dessa história, de um marco de retomada, de reinício. É só o recomeço dessa jornada, naquele ciclo de começo, meio e começo, como diz o Nego Bispo”, afirmou.
Dona Lenir, por sua vez, agradeceu a união dos esforços dos participantes da atividade. “Esses três dias de manejo foram muito gratificantes para mim. Só tenho a agradecer a todos que vieram, principalmente ao Centro Sabiá que proporcionou esse mutirão. A energia que tivemos um com os outros, a união e a combinação foram muito boas, foi muito importante”, destacou a agricultora.
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