Fórum Global da Terra em Bogotá e Pré-Fórum de Juventudes em Ocaña: diálogos sobre terra, juventude e transformação social

Por Vitor Pereira
Jovem rural e multiplicador da agroecologia, técnico em Agroecologia, pedagogo e especialista em Educação do Campo

Em junho de 2025, a Colômbia sediou dois eventos essenciais que reuniram pessoas de diferentes partes do mundo para discutir temas vitais sobre terra, juventude e justiça social. O Pré-Fórum de Juventudes, realizado em Ocaña entre os dias 12 e 14, e o Fórum Global da Terra (GLF), ocorrido em Bogotá de 16 a 20, representaram marcos importantes no debate sobre a governança da terra, a participação dos jovens e a construção de um futuro sustentável.

Antes do Fórum Global da Terra, Ocaña recebeu o Pré-Fórum de Juventudes, que reuniu cerca de 100 jovens líderes de diferentes regiões — Ásia, África, Europa Oriental, Oriente Médio, América Latina e Caribe. O evento teve como objetivo fortalecer a participação dos jovens nas questões relacionadas à terra, à paz e à justiça climática, oferecendo uma plataforma para que discutissem suas lutas e elaborassem uma agenda de ação global.

Sob o lema “Juventudes pela paz e pelos direitos à terra”, o Pré-Fórum promoveu sessões colaborativas, oficinas e intercâmbios culturais, com foco na sustentabilidade ambiental e nos direitos territoriais da juventude. Durante as atividades, os participantes debateram formas de influenciar políticas públicas e defender seus direitos em um cenário global, fortalecendo a integração dos jovens nos processos de tomada de decisão e nas ações comunitárias.

Após o Pré-Fórum, Bogotá sediou o Fórum Global da Terra (GLF) 2025, consolidado como um dos maiores encontros internacionais voltados à defesa dos direitos à terra e à promoção de uma governança inclusiva. Organizado pela Coalizão Internacional da Terra (ILC), o evento contou com a participação de mais de 800 delegados de todo o mundo, incluindo o Brasil, representado pelo ministro Paulo Teixeira, que discutiu temas como reforma agrária e soberania alimentar.

No GLF, foram abordados assuntos cruciais como a reforma agrária, a transformação dos sistemas agroalimentares e as crises climática e de biodiversidade. O evento também destacou a importância da transição energética justa e das políticas públicas necessárias para garantir os direitos territoriais das populações locais.

Tanto o Pré-Fórum de Juventudes em Ocaña quanto o Fórum Global da Terra em Bogotá evidenciaram a necessidade de integrar a juventude aos debates sobre governança da terra, mudanças climáticas e políticas públicas globais. Enquanto o Pré-Fórum foi um espaço fundamental para dar voz aos jovens, permitindo-lhes apresentar preocupações e propostas para um futuro mais inclusivo, o GLF serviu como plataforma para consolidar essas discussões e ampliar o diálogo global sobre direitos à terra e desafios ambientais.

Esses eventos também reforçaram os debates internacionais sobre justiça social, soberania alimentar e direitos territoriais, mostrando como a colaboração entre diferentes gerações e culturas pode impulsionar mudanças significativas. Foram, portanto, um passo importante na construção de um mundo mais sustentável e equitativo, no qual a juventude e as comunidades locais desempenham papel fundamental na criação de soluções inovadoras e transformadoras.

Para Mayarli Carreño, participante do Movimento Nacional de Mulheres de Setores Populares e residente na cidade de Luna Creciente, no Equador, a experiência de participar do Fórum Global da Terra em Bogotá e do Pré-Fórum de Juventudes em Ocaña foi transformadora. Ela relatou que ver a juventude unida em prol de um futuro sustentável a inspirou profundamente e a motivou a continuar seu trabalho pela proteção do planeta.

O que mais a impactou foi a diversidade cultural e a paixão dos jovens pela sustentabilidade, que deixaram nela uma marca duradoura. Mayarli expressou seu orgulho em fazer parte de uma geração capaz de promover mudanças reais, lembrando que muitas pessoas pequenas, realizando pequenas ações, podem alcançar grandes resultados.

Ela também reforçou a importância da educação ambiental e da participação das comunidades locais — especialmente da juventude em toda a sua diversidade — nas decisões sobre a gestão dos recursos naturais. Além disso, os encontros ofereceram novas estratégias e ferramentas para enfrentar os desafios ambientais e sociais presentes em suas comunidades.

Mayarli destacou, ainda, como se conectou com jovens e líderes ambientais de diferentes partes do mundo, sentindo-se parte de uma rede global de juventudes comprometidas com uma verdadeira transformação sustentável.

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