Juventude rural e educação e em tempos de pandemia

Foto: Diana Cavalcanti

Por: Vitor Diego jovem multiplicador da agroecologia

Desde o início da pandemia no Brasil o acesso a educação vem sofrendo diversos processos de adaptação, fazendo com que as escolas e universidades adotem medidas diferenciadas para que os alunos não fiquem tão prejudicado. Entre tantos problemas enfrentados pelo sistema de educação no país, se enfatiza a grande dificuldade de acesso a internet e a tecnologia (aparelhos de celulares e computadores) que a juventudes vem sentindo na pele, principalmente a juventude do campo pois a dificuldade fica ainda maior. Segundo o IBGE cerca de 71,08 das propriedades da zona rural não dispõem de acesso a internet, mais informações podem ser vistas neste link: http://www.portalagronoticias.com.br/noticia/7605/apesar-de-expansao-mais-de-70-das-propriedades-rurais-no-brasil-nao-tem-acesso-a-internet

Isto é um fato que colabora fortemente para que a juventude do campo tenha uma maior dificuldade em relação à educação neste formato online, imposto pelo contexto da pandemia de Covid 19. Assim, vimos às instituições de ensino sendo obrigadas a manter o processo educacional neste “novo” formato, tornando quase que inviável um jovem do campo conclui o ensino no tempo ideal. E isso mostra também a desigualdade social vivida por estes e estas. A alternativa seria uma intervenção do governo no sentido de garantir os meios necessários para que todos e todas de fato tivessem acesso. Mas infelizmente, temos visto o contrário, o governo vem tirando verbas e incentivos que garantiriam acesso à educação remota dos alunos, fazendo com que o sistema educacional no país fique cada vez mais desgastado, e levando principalmente a juventude do campo a adiar o sonho de concluir a tão sonhada faculdade e até mesmo o ensino médio. Segundo uma pesquisa feita por: https://m-educador-brasilescola-uol-com-br.cdn.ampproject.org/v/s/m.educador.brasilescola.uol.com.br/amp/orientacoes/educacao-no-campo.htm?amp_gsa=1&amp_js_v=a6&usqp=mq331AQHKAFQArABIA%3D%3D#amp_tf=De%20%251%24s&aoh=16164362086664&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&ampshare=https%3A%2F%2Feducador.brasilescola.uol.com.br%2Forientacoes%2Feducacao-no-campo.htm

A juventude e as crianças do campo são carentes de políticas públicas voltadas para eles e elas, é histórico o abandono dos governos em relação aos estudantes do campo. E isto, se configura a partir da má estrutura das escolas, do distanciamento delas das comunidades, onde muitas vezes para estudar os alunos tem que percorrer vários quilômetros. Falta de formação dos professores e da “insuficiência” dos alunos, por que muitas vezes as instituições não conseguem trazer realmente a necessidade da zona rural para dentro da sala de aula. Isso gera desestímulo e faz com que os estudantes tenham acesso a uma realidade bem diferente da vivida por eles e seus familiares. Ainda tem um formato que não “respeita” as especificidades do campo, como os períodos de produção e colheita, por exemplo. Por isso, acreditamos e defendemos um modelo de educação do campo e no campo, com regime de alternância e que respeite e valorize o campo como nosso lugar, regatando valores e saberes ancestrais e toda a diversidade cultural ali existente.

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