Agricultores do Pajeú aprendem técnicas agroecológicas em curso de formação
Por Ivan Bezerra, jovem multiplicador da agroecologia
Entre os dias 14 e 16 de outubro, ocorreu o curso de formação “Biopoder Camponês: Bombeiros Agroecológicos” na cidade de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú. A atividade reuniu agricultores representantes de vários municípios da região e instituições que compõem a Rede de Agroecologia no Pajeú. O curso foi ministrado pelo professor Sebastião Pinheiro, pioneiro na agroecologia, que apresentou os conteúdos de forma leve e didática, permitindo que os agricultores compreendessem essa iniciativa fundamental para promover a agroecologia e a sustentabilidade no campo.
Durante o curso, os participantes aprenderam sobre a produção de biogerimizantes, biocaldas e defensivos naturais, práticas essenciais para a preservação do meio ambiente e a promoção da saúde do solo. O foco na produção de insumos agroecológicos não apenas reduz a dependência de produtos químicos prejudiciais, mas também fortalece a resistência das comunidades rurais diante das adversidades climáticas e das práticas agrícolas convencionais. Os participantes colocaram a “mão na massa” e produziram biofertilizantes, inseticidas, repelentes, água de vidro, calda de cinzas e compostagem. Além do preparo, houve discussões sobre as indicações de uso e formas de aplicação, permitindo uma participação ativa dos técnicos/as e das agricultoras e agricultores, que contribuíram com suas experiências e tiraram dúvidas para aprimorar seus conhecimentos.
Ao final do curso, a plenária sobre o Dia Mundial da Alimentação enfatizou a interconexão entre o cultivo saudável e uma alimentação nutritiva. Os participantes discutiram a importância de manter solos férteis e saudáveis, pois eles são a base para a produção de alimentos de qualidade. A fertilidade do solo, por meio de práticas agroecológicas, contribui para a produção de alimentos livres de venenos e ricos em nutrientes, favorecendo a saúde da população.
Esta iniciativa não apenas empodera os camponeses por meio da educação e da prática de métodos agroecológicos, mas também promove a conscientização sobre a importância de um sistema alimentar sustentável que respeite e preserve os ecossistemas locais. Foram momentos ricos e necessários de troca de saberes e conhecimentos. Formar e informar é a melhor estratégia para garantir o bom funcionamento e a eficácia das ações. O resultado é uma comunidade mais resiliente, saudável e conectada com o meio ambiente.
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