Jovens multiplicadores da agroecologia participam de etapa preparatória da 3ª Conferência de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário
Por Joelma Carla, professora de Letras e ativista política, e Sival Fiuza, acadêmico de Letras pela UFRPE/UAST
Entre os dias 11 e 13 de junho, ocorreu, na cidade do Recife, a etapa setorial de preparação para a 3ª Conferência de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf). O encontro reuniu jovens diversos das cinco regiões do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste) e contou com uma programação extensa, com mesas-redondas, cirandas de propostas, intervenções artístico-culturais, participação de instituições de apoio e de parlamentares. O objetivo foi debater os rumos do Brasil rural, com foco no fortalecimento de políticas públicas voltadas à juventude do campo, das florestas e das águas.
A Comissão de Jovens Multiplicadores/as da Agroecologia (CJMA) esteve presente por meio de Adriano Ferreira, Joelma Carla, Roseane Alves e Sival Fiuza. Juntos, contribuíram nas discussões e aprovações das propostas que serão debatidas na etapa nacional da Conferência, prevista para ocorrer em 2026. Também reafirmaram seu compromisso em defesa do Bem Viver e do acesso às políticas públicas necessárias para a juventude diversa do campo em nosso país.
Durante o processo de escuta e proposição, foram debatidos temas estratégicos como o acesso à terra e ao território, educação contextualizada, sucessão rural, enfrentamento ao racismo e às violências, comunicação popular, participação política, agroecologia e fortalecimento da economia popular e solidária. Todos esses pontos dialogam com os eixos estruturantes do Documento de Referência da 3ª Conferência, que busca reposicionar o campo como espaço de vida, cultura e resistência, baseado em princípios como soberania alimentar, justiça ambiental, desenvolvimento com equidade e democracia participativa.
“Foram dias de muitos aprendizados e trocas valiosas entre as juventudes do campo do nosso país. Foi também um momento de reafirmar a nossa luta em defesa do campo, das águas, das florestas, dos povos e das comunidades tradicionais. Defendemos políticas públicas que possam transformar a realidade da nossa juventude, a partir da sua permanência no campo», declarou a professora Joelma Carla.
Estar nesse espaço de construção dos nossos direitos enquanto jovens do campo é fundamental para fortalecer nossas vozes, nossas lutas nos territórios e as políticas públicas que garantem o Bem Viver no campo. Por isso, as juventudes presentes reforçaram seu compromisso com os princípios orientadores da 3ª Conferência, como o fortalecimento da agroecologia, a justiça socioambiental, a ampliação da democracia participativa e o protagonismo das juventudes, das mulheres e dos povos do campo, das águas e das florestas.
Sival Fiuza, integrante da CJMA, foi eleito delegado e representará a juventude na etapa nacional da 3ª Conferência. Em sua fala, destacou a importância da juventude não apenas como beneficiária, mas como agente ativo na formulação de políticas públicas. Segundo Sival, “reafirmamos o protagonismo da juventude na construção de um Brasil rural mais justo, agroecológico e com verdadeira participação popular. Somos jovens do campo, das florestas, das águas e das comunidades tradicionais que acreditam na força da organização coletiva, da agroecologia e da democracia”.
Acreditamos que é com ousadia, luta e construção coletiva que vamos transformar a realidade da juventude rural no Brasil. A juventude que ousa lutar constrói o poder popular nos territórios, nas redes e nos espaços de incidência política. Não abrimos mão de sermos protagonistas na formulação e no controle social das políticas públicas que garantam vida digna para os jovens do campo, das águas e das florestas. Seguimos juntos, construindo um futuro em que viver no campo seja uma escolha digna, agroecológica e cheia de esperança.
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