Brasil de volta ao tabuleiro do jogo climático

Carlos Magno,
Mestre em Agroecologia e coordenador de mobilização social do Centro Sabiá

Internet/Divulgação

A Conferência das Partes para as mudanças climáticas, conhecida como COP27 teve lugar no Egito em novembro do ano passado. Foi um evento de relevância internacional, reuniu chefes de estado, organizações da sociedade civil e também empresas de todo o mundo para discutir medidas para frear o aquecimento global.

Os resultados da COP27 ainda serão implementados na prática, mas se avançou em acordos com relação às perdas e danos, que é um dispositivo que garante que países industrializados (eixo Europa-Estados Unidos-Canadá) possam financiar o processo de adaptação às catástrofes climáticas que já acontecem nos países pobres. Na prática, este aumento da temperatura não foi causado por emissões de gases de efeito estufa (CO2) hoje, mas sim devido à revolução industrial, onde estes países foram os principais emissores de gases, eventos que aconteceram há quase 100 anos atrás.

Ao mesmo tempo foram feitas avaliações negativas sobre o avanço das discussões sobre o uso de combustíveis fósseis. O petróleo continuará sendo a força motriz do desenvolvimento, ainda que haja outras fontes de energia, como a solar, eólica e mais recentemente, o hidrogênio verde.

Ricardo Stuckert/Divulgação

E porque tantas expectativas para o retorno do Brasil? A primeira coisa é que o governo Bolsonaro foi na contramão de todos os acordos e intenções de diminuir a emissão de CO2. Atualmente, o Brasil é o quarto emissor de CO2 no mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Rússia, mas a pegadinha é que estes três países emitem gases a partir da queima de combustíveis fósseis, já o Brasil, pelo desmatamento e agropecuária. Outro motivo importante é que grande parte da floresta amazônica está localizada no Brasil, e essa floresta tem a mesma importância de manter o equilíbrio do clima global que tem os glaciais nos pólos e oceanos, ou seja, a destruição da Amazônia atingirá todo o planeta. Há um fator que muita gente não sabe: não é preciso destruir a floresta inteira para que haja um impacto global. Se destruirmos 25% da floresta, ela entrará em desequilíbrio e aos poucos, mudará completamente.

Por último, a eleição do presidente Lula trouxe muito ânimo e a certeza das mudanças dos rumos das políticas ambientais do Brasil, e mesmo ainda não sendo oficialmente o presidente, Lula foi convidado para participar do evento, onde fez um discurso de esperança, retomando o protagonismo do Brasil na área ambiental. Como o próprio Lula disse em seu discurso, “ Quero dizer que o Brasil está de volta”.

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