Jovens da cidade e do campo constroem pontos de luta em encontro na comunidade quilombola do engenho

relato dileneMística com jovens no Encontro de Jovem na Comunidade Quilombola do Engenho Siqueira, em Rio Formoso.

Por Rinalda Serrate e Angélica Maria (CTJMA)

No último dia 31 de janeiro, estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que participam do estágio de Intervivência, uma parceria com o NAC/ Núcleo de Agroecologia e Campesinato, se reuniram com jovens do campo para Encontro de Jovem na Comunidade Quilombola do Engenho Siqueira , em Rio Formoso, na Mata Sul de Pernambuco. O tema abordado foi: o que é ser jovem rural? Por que eu me identifico momo um jovem rural?

Confira, abaixo, o relato elaborado por Rinalda Serrate, da comunidade quilombola Engenho Siqueira, e Angélica Maria, do Assentamento Amaraji, ambas da Comissão Territorial de Jovens Multiplicadoras de Agroecologia (CTJMA) da Zona da Mata:

Muito bom é observar que os jovens estão ficando cada vez preocupados com a sustentabilidade. Ver no rosto de cada um a satisfação de estar não só participando desses espaços, mas também dando a oportunidade de os mais novos terem curiosidade de como funciona os trabalhos com os ‘jovens rurais’. Neste encontro, houve muitas trocas de conhecimentos entre eles. 

A princípio, debatemos e refletimos sobre a nossa identidade de “jovem rural”. “Quem somos? O que somos? Por que nos identificamos de tal forma?”. A ideia foi que cada jovem se identificasse e passasse a mensagem através dos objetos, pinturas, recortes, matérias orgânicas e outros elementos presentes no ambiente do encontro.

Porém, não só tivemos participações de jovens rurais, mas também participações de duas jovens estudantes da UFRPE, Taina Lacerda Gomes (do Recife) e Makeda Slphiwe Dyese Smenkh-ka-ra (de Trinidad Tobago), que participaram do estágio de intervivência e juntos com os jovens rurais debateram a questão do que é ser um jovem rural.

Cada um se identifica com o que acha com o que já viveu ou vivencia nos dias de hoje. Até então percebe-se que o rural e o urbano estão interligados de certas formas onde cada área tem pontos positivos e negativos, favoráveis e não favoráveis ao ser humano. Mas que é possível viver no urbano e ser do rural e vice versa. Riquíssimas foram as vivências descritas por cada jovem. Quando eu me oportunizo a conhecer tenho uma nova visão sobre o meio. É a luta, conquista, tecnologia comunidade que nos apresenta num todo, sociedade e jovens juntos para uma mudança concreta. Com a participação ativa nas associações, comissões, conselhos é de suma importância os jovens fazerem a diferença.

À tarde, debatemos as questões que foram abordadas e programadas no Planejamento Monitoramento e Avaliação (PMA) da juventude no final de 2014. O ponto de partida foi pensar atividades para fortalecer um grupo base de jovens de cada comunidade. Este é um debate muito válido para que tenhamos um acordo para realização das atividades.

Os temas abordados e discutidos foram as reuniões de associação, as Comissões Territoriais de Jovens Multiplicadores de Agroecologia (CTJMA), reuniões do Grupo Municipal de Jovens, a biblioteca comunitária e a festa como intercâmbio. Houve um entrosamento, um compartilhamento e troca de opiniões e de ideias para que conseguissem debater sobre essas demandas e tirar conclusões.

Do debate, a comunidade quilombola do engenho Siqueira pensou a possibilidade de criar uma associação específica para jovens. No entanto, para isso necessita-se que o grupo de base seja fortalecido, pois alguns já participam de outras associações e têm experiências para serem utilizadas no surgimento de um novo grupo de jovens de Rio formoso. Este ponto será debatido ao longo do primeiro semestre de 2015 e também na próxima reunião da CTJMA.


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